O feocromocitoma é um tumor de células cromafins que produzem adrenalina e noradrenalina, substâncias que aumentam o batimento cardíaco e a pressão arterial, além de exercerem outras ações no organismo humano.
Na maioria das vezes esses tumores são benignos (apenas 10% do casos são malignos), geralmente são localizados nas glândulas adrenais, também chamadas de suprarrenais, mas podem ter outras localizações (10 a 15%). As glândulas adrenais situam-se na parte posterior do abdômen, em cima de cada um dos rins.
Estima-se que os feocromocitomas sejam responsáveis por 0,1% a 0,5% dos casos de hipertensão arterial (pressão alta). A doença é mais frequente entre a terceira e quinta décadas de vida, e com incidência ligeiramente maior em mulheres que em homens. Existem formas familiares (genéticas) da doença.
Sinais e sintomas
A presença de hipertensão arterial de forma persistente ou paroxística (50% dos casos evoluem “em crises” com elevação da pressão arterial), associada a cefaleia (dor de cabeça), sudorese e palpitações, a chamada tríade clássica do feocromocitoma, são indicativos da doença.
Diagnóstico
O diagnóstico laboratorial é baseado em dosagens de catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) e seus metabólitos no sangue e na urina. A metanefrina plasmática livre tem a maior sensibilidade e especificidade, mas devido ao seu maior custo, indica-se
metanefrina urinária isolada ou associada às catecolaminas circulantes no sangue, em casos de suspeita do doença.
A dosagem de ácido vanilmandélico urinário é pouco sensível para o diagnóstico da doença. Na dúvida diagnóstica, o teste de supressão com clonidina é indicado em hipertensos, e o estímulo com glucagon, em normotensos.
Os métodos de imagem para localização do tumor são a tomografia e ressonância, com sensibilidade de 89% e 98% respectivamente, para os tumores localizados nas suprarrenais.
Mapeamento de corpo inteiro com MIBG (exame que utiliza uma substância radioativa que é captada pelo tumor) é útil em feocromocitomas situados em outros locais que não sejam as glândulas suprarrenais, ou ainda, para avaliar a presença de metástases nos casos de tumor maligno.
Tratamento
O tratamento preferencial é através de cirurgia, devendo-se fazer preparo pré-operatório com alfa1-bloqueadores (doxazosin ou prazosin) e hidratação adequada por pelo menos
duas semanas antes da cirurgia.
O tratamento medicamentoso crônico inclui alfa 1-bloqueadores, betabloqueadores (apenas após início de alfa1-bloqueadores, quando houver taquicardia com sintomas), bloqueadores dos canais de cálcio, inibidores da enzima de conversão da angiotensina e agonistas de ação central.
A crise hipertensiva causada pelo feocromocitoma poderá exigir o uso de medicação injetável, como o nitroprussiato de sódio.
A remoção total e precoce da tumor proporciona, em geral, remissão total dos sintomas e cura da hipertensão arterial. Nos casos de feocromocitoma maligno, com metástases não passíveis de retirada com cirurgia, indica-se quimioterapia, radioterapia e, se
possível, ablação com MIBG-131, uma substância radioativa.
Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia.
“O Portal do Coração adverte: nunca inicie, substitua ou suspenda algum medicamento sem orientação médica”.
Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.
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