Os distúrbios da glândula tireoide podem causar ou agravar a hipertensão arterial.
Hipotireoidismo
O hipotireoidismo é uma condição em que a tireoide está hipoativa, ou seja, funciona em níveis abaixo do normal, havendo uma diminuição da produção dos hormônios tireoidianos.
As suas principais causas são a tireoidite de Hashimoto, retirada cirúrgica da tireoide, deficiência de iodo, ação de drogas (como a amiodarona, usada para tratar arritmias cardíacas pelos cardiologistas), entre outras.
A hipertensão arterial ocorre em 20% dos pacientes com hipotireoidismo. O diagnóstico é feito por níveis elevados de TSH (hormônio estimulante da tireoide) e diminuição gradativa dos níveis de T4 livre (tiroxina).
Os achados clínicos mais comuns são ganho de peso, queda de cabelo e fraqueza
muscular.
O tratamento é iniciado com reposição de hormônio tireoidiano (levotiroxina) e, caso persista a hipertensão arterial, indicam-se o uso de medicamentos anti-hipertensivos.
Hipertireoidismo
O hipertireoidismo é uma condição em que a tireoide está hiperativa, ou seja, funciona em níveis acima do normal, havendo um aumento da produção dos hormônios tireoidianos.
As suas principais causas são doença de Graves, tireoidites, nódulos tireoidianos hiperativos, entre outras.
A hipertensão arterial é um achado frequente e a apresentação clínica mimetiza o quadro hiperadrenérgico (excesso de liberação de adrenalina).
Os principais sintomas são palpitação, tremor, fadiga, intolerância ao calor, hiperatividade, perda de peso e labilidade emocional. Os sinais mais importantes são exoftalmia (protusão dos globos oculares), hipertermia, taquicardia, tremores, reflexos exaltados e pele úmida.
O diagnóstico é confirmado por um nível baixo de TSH (hormônio estimulante da tireoide) e elevado de T4 livre (tiroxina).
O tratamento é feito com drogas antitireoidianas e, em geral, é acompanhado por normalização da pressão arterial. Os betabloqueadores (metoprolol, atenolol, etc.) são os medicamentos de primeira escolha para controlar os sintomas adrenérgicos.
Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.
Artigos relacionados
Veja também
Medicamentos para emagrecer são seguros para o coração?
Atualmente temos alguns medicamentos aprovados pela ANVISA para tratar a obesidade no Brasil, como o Orlistat, Sibutramina, Liraglutida e Semaglutida. Orlistat (Lipiblock, Xenical) 1- Atua inibindo a absorção de parte da gordura dos alimentos. 2- Não apresenta efeitos sobre o sistema cardiovascular, logo, pode ser…
Alteração difusa da repolarização ventricular (ADRV)
O termo alteração difusa de repolarização ventricular é utilizado em laudos de eletrocardiograma (ECG) para descrever alterações do segmento ST do ECG, como ausência, achatamento ou inversões assimétricas das ondas T. Alguns médicos podem empregar a abreviatura ADRV. A onda T é um dos elementos…
Benefícios do controle da pressão arterial
O controle adequado da pressão arterial (PA) é uma medida vital para preservar a saúde cardiovascular e evitar complicações sérias. Primeiramente, manter a PA dentro dos limites normais reduz significativamente o risco de doenças cardiovasculares, incluindo acidentes vasculares cerebrais (AVCs) e ataques cardíacos. Quando a…
Você sabe o que é a miocardiopatia não compactada?
A miocardiopatia não compactada (MNC), também conhecida como miocárdio não compactado, é uma condição rara do músculo cardíaco que afeta a estrutura do ventrículo esquerdo (VE). O VE é a principal das quatro câmaras do coração. Ela bombeia o sangue oxigenado em direção ao cérebro…