A hipertensão arterial é considerada o principal fator de risco para as doenças cardiovasculares como o infarto do miocárdio e o derrame cerebral. Estas doenças são as principais causas de morte em nosso país.
A prevalência da hipertensão arterial nos adultos é cerca de 30%. Esse valor aumenta progressivamente com o envelhecimento, sendo superior a 60% nos idosos. Até os 55 anos de idade, um maior percentual de homens tem hipertensão arterial.
Entre 55 a 74 anos, o percentual de mulheres é discretamente maior e, acima dos 75 anos, o predomínio no sexo feminino é significativamente superior. Assim, cerca de 80% das mulheres desenvolverão hipertensão arterial antes de morrerem.
Em mulheres é comum que a hipertensão arterial faça parte da síndrome metabólica, a qual associa-se à dislipidemia (anormalidades do colesterol), resistência insulínica (ação inadequada do hormônio que permite a entrada do açúcar para dentro das células), intolerância à glicose (pode haver diabetes do tipo 2) e obesidade abdominal. Esses fatores aumentam o potencial aterogênico (formação de placas de gordura nas artérias).
Estes achados são considerados os principais mecanismos para o aparecimento das doenças cardiovasculares em mulheres. Assim, o tratamento anti-hipertensivo com medicamentos, concomitante às modificações nos hábitos de vida , tem demonstrado ser uma intervenção significativa para a prevenção de eventos cardiovasculares em mulheres hipertensas.
Pílula anticoncepcional e terapia de reposição hormonal
A presença de hipertensão arterial em mulheres jovens e idade fértil, e que fazem uso anticoncepcional oral, nos faz pensar que esse método contraceptivo possa ser a causa da hipertensão arterial.
A terapia de reposição hormonal (estrogênios conjugados e estradiol) também é capaz de aumentar a pressão arterial (geralmente esse efeito é dependente da dose).
Hipertensão arterial na gestação
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Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.
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