O infarto do miocárdio, conhecido popularmente como ataque cardíaco, ocorre quando há uma interrupção súbita e intensa do fluxo de sangue em um ponto de uma artéria que irriga o coração (artéria coronária), ocorrendo a morte de células do tecido cardíaco (necrose miocárdica). O infarto do miocárdio é a principal causa de morte no mundo ocidental.
Geralmente a causa desta interrupção do fluxo sanguíneo é um acidente da placa de ateroma, ou seja, uma ruptura de uma placa de gordura. Esta ruptura acarreta a formação de um coágulo que interrompe o fluxo sanguíneo neste local da artéria. O infarto do miocárdio é uma das manifestações da doença arterial coronariana, caracterizada pela formação de ateromas na parede das artérias coronárias.
Conforme o traçado do eletrocardiograma, o médico assistente poderá suspeitar que a artéria causadora do infarto do miocárdio esteja obstruída parcialmente ou totalmente (infarto do miocárdio sem ou com supradesnível do segmento ST no eletrocardiograma).
No primeiro caso não será necessário a realização de um cateterismo cardíaco e cineangiocoronariografia de emergência, pois nesta situação o tratamento inicial será com medicações para tentar dissolver o coágulo formado na artéria, por meio do uso de medicamentos antiplaquetários e anticoagulantes.
No segundo caso será necessário utilizar uma opção de tratamento que possibilite abrir a artéria totalmente obstruída o mais rápido possível (terapia de reperfusão), desta forma, minimizando a área cardíaca afetada pelo infarto do miocárdio.
Para tal, dispomos de duas modalidade de tratamento (estratégias de reperfusão): trombolíticos (administrados de forma injetável através de uma veia no braço, processo esse chamado de trombólise) e a angioplastia coronariana primária (introdução de um cateter provido de uma balão em sua extremidade até o local obstruído, permitindo assim o restabelecimento do fluxo de sangue).
Trombólise ou transferência do paciente para outro hospital capaz de realizar uma angioplastia coronariana?
A análise dos estudos sobre o assunto mostra que a
transferência dos pacientes para angioplastia coronariana primária é segura, porém a eficácia de tal estratégia parece ser dependente do tempo ideal para de transporte.
Mesmo assim, esses resultados sugerem que os pacientes que se apresentam dentro de 2 a 3 horas do início dos sintomas do infarto do miocárdio deveriam receber trombolíticos quando não há a possibilidade de transferência para angioplastia primária em até 120 minutos.
De forma contrária, se o tempo de apresentação for maior que 3 horas a partir do início dos sintomas, a transferência se mostra benéfica, especialmente em pacientes de alto risco, como idosos, aqueles com infartos extensos ou com comprometimento hemodinâmico.
Já nos pacientes apresentando-se após 12 horas do
início dos sintomas, a realização de rotina de angioplastia coronariana primária não está estabelecida, mas poderá ser considerada em alguns casos específicos.
Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Autor: Dr. Tufi Dippe Júnior – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.
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