A Organização Mundial de Saúde (OMS) define morte súbita da seguinte forma:
-Morte que ocorre inesperadamente dentro de uma hora após o início dos sintomas.
-Nos casos de morte não testemunhada, quando a vítima foi vista “aparentemente saudável” nas 24 horas prévias ao evento.
Estudos clínicos apontam que a doença arterial coronariana é a principal causa de morte súbita, e o mecanismo do óbito seria a ocorrência de arritmias ventriculares graves, como a taquicardia ventricular e fibrilação ventricular. A doença arterial coronariana caracteriza-se pela formação de placas de gordura, chamadas de ateromas, na parede das artérias, causando graus variáveis de obstrução das mesmas.
Um recente estudo norte-americano avaliou todos os óbitos ocorridos fora do hospital, de causa não conhecida, na cidade de São Francisco (Califórnia, Estados Unidos). O período estudado foi de 2011 até 2014. Todos os mortos foram submetidos à necropsia. Os principais resultados do estudo foram:
-56% das mortes súbitas foram causadas por arritmias cardíacas em pacientes com doença cardíaca, e 40% dos casos por causas não cardíacas.
-Em metade dos pacientes, a morte foi a primeira manifestação da sua doença cardíaca.
As doenças subjacentes mais comuns foram:
-Doença arterial coronariana (58%).
-Overdose (34%)
-Cardiomiopatia (18%), sendo as mais comuns a dilatada idiopática e a alcoólica (doenças do músculo cardíaco que levam à dilatação progressiva dos ventrículos, além da diminuição da capacidade de contração do coração).
Cardiopatia hipertrófica (15%). Essa é uma doença genética caracterizada pelo aumento da espessura (hipertrofia) das paredes do coração, causando cansaço, desmaio, arritmias e falência cardíaca.
Doença neurológica (14%): acidente vascular isquêmico (derrame cerebral), hemorragia cerebral e epilepsia.
Esse estudo foi publicado na conceituada revista Circulation.
Fonte: Portal Cardiopapers.
Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.
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