O peptídeo natriurético tipo B (BNP) é um hormônio secretado pelos ventrículos, câmaras cardíacas maiores e inferiores do coração, em resposta ao aumento das pressões de enchimento, ou seja, o momento em que o coração enche-se de sangue, para depois ejetá-lo para fora, através das válvulas cardíacas.
O NT-ProBNP é formado pela porção N-terminal do pró-hormônio proBNP, que dá origem também ao peptídeo natriurético tipo B.
O NT-ProBNP é utilizado para o diagnóstico e avaliação da gravidade da insuficiência cardíaca (coração fraco). Na prática, a principal indicação para a solicitação do NT-ProBNP é a avaliação de pacientes com dispneia (falta de ar), quando não sabemos se a causa é cardíaca (nesse cenário o NT-ProBNP estará elevado) ou não.
A concentração plasmática do NT-ProBNP pode servir na avaliação inicial da suspeita de insuficiência cardíaca, especialmente quando o ecocardiograma (exame de ultrassom que avalia se o coração tem alguma disfunção) não está disponível imediatamente.
Valores de referência
O ponto de corte dos valores de normalidade do NT-ProBNP dependem se a insuficiência cardíaca é crônica ou aguda. Para o diagnóstico de insuficiência cardíaca crônica, o ponto de corte do NT-ProBNP é maior que 125 pg/mL.
Na insuficiência cardíaca aguda descompensada os seguintes valores devem ser utilizados:
-NT-proBNP maior que 450 pg/ml indica insuficiência cardíaca em indivíduos com menos de 50 anos.
-NT-proBNP maior que 900 pg/ml indica insuficiência cardíaca em indivíduos entre 50-75 anos.
-NT-proBNP maior que 1.800 pg/ml indica insuficiência cardíaca em indivíduos com mais de 75 anos.
-Se NT-proBNP for menor que 300 pg/ml, o diagnóstico de insuficiência cardíaca é improvável.
Os valores referência aplicam-se aos dois tipos de insuficiência cardíaca (com fração de ejeção reduzida ou preservada no ecocardiograma), embora, em geral, sejam menores na modalidade com fração de ejeção reduzida.
Outras causas de elevação do NT-ProBNP que não seja a insuficiência cardíaca
Embolia pulmonar, cardioversão elétrica, hipertensão pulmonar, síndrome coronária aguda, arritmias, cirurgia cardíaca, hemorragia cerebral, doença hepática avançada, sepse, tireotoxicose, insuficiência renal, doença pulmonar crônica, anemia e cetoacidose diabética.
A pericardite constritiva crônica (doença crônica do pericárdio) pode levar à insuficiência cardíaca, mas não costuma elevar o NT-ProBNP.
Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.
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