A menopausa é a cessação das menstruações por falência dos ovários, que deixam de produzir o hormônio feminino, chamado de estrogênio. A associação entre menopausa e risco de doença arterial coronariana (DAC), ou seja, obstruções das artérias do coração por placas de gordura (ateromas), está bem estabelecida. A falta do estrogênio, resultante tanto da menopausa natural quanto da cirúrgica, aumenta o risco de DAC em aproximadamente três a sete vezes. A DAC é a principal causa do infarto agudo do miocárdio, que por sua vez, é a maior causa de morte no sexo feminino.
Após a menopausa ocorrem vários fatores que contribuem para esses achados: elevação do LDL colesterol (“colesterol ruim”) e triglicerídeos, redução do HDL colesterol (“colesterol bom”), ganho de peso, elevação da pressão arterial (nessa época da vida das mulheres há um pico de aparecimento de novos casos de hipertensão arterial), aumento de marcadores inflamatórios, entre outros.
Por tudo isso, é fundamental que nessa época da vida, a saúde cardiovascular das mulheres deve ser bem avaliada.
A terapia de reposição hormonal pode ajudar na prevenção cardiovascular?
Esta terapêutica nunca está recomendada com a finalidade exclusiva de reduzir o risco
cardiovascular. Sua indicação deve ter como objetivo reduzir os sintomas do climatério, como os “calorões”, por exemplo. Nas mulheres em prevenção primária, ou eja, que nunca tiveram uma doença cardiovascular (infarto prévio, por exemplo), mas com indicações ginecológicas para a terapia de reposição hormona, pode haver benefício cardiovascular quando essa for iniciada precocemente. Em mulheres de alto risco cardiovascular ou que já sofreram uma doença cardiovascular (prevenção secundária), essa terapia deverá ser evitada.
Autor: Dr. Tufi Dippe Jr. – cardiologista de Curitiba- CRM/PR 13700.
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