As mulheres que sobrevivem ao câncer de útero têm um risco aumentado de desenvolver doenças cardiovasculares após o seu tratamento, quando comparadas com as mulheres da população geral.
Essa é a constatação principal de um estudo realizado por pesquisadores do Huntsman Cancer Institute (Salt Lake City, Estados Unidos).
Os pesquisadores investigaram a incidência de complicações cardiovasculares no longo prazo entre 2.648 mulheres sobreviventes de câncer uterino, diagnosticadas entre 1997 e 2012, e em mais de 10.000 mulheres da mesma idade (grupo controle). Eles observaram que entre um a cinco anos após o diagnóstico, 26% das sobreviventes de câncer uterino desenvolveram uma doença cardíaca.
As sobreviventes de câncer uterino foram 47% mais propensas do que os controles a desenvolverem doenças cardíacas entre um a cinco anos após o diagnóstico, e 33% mais propensas a desenvolverem doenças cardíacas entre cinco a 10 anos após o diagnóstico.
Sobreviventes de câncer uterino que receberam radioterapia e/ou quimioterapia com cirurgia tiveram um risco aumentado de doenças cardíacas quando comparadas com aquelas que foram submetidos apenas ao tratamento com cirurgia.
Nos Estados Unidos da América (EUA), o câncer uterino é o segundo tipo de câncer mais comum entre sobreviventes do sexo feminino, ficando apena atrás do câncer de mama. A doença cardiovascular é a principal causa de morte entre as sobreviventes de câncer uterino.
Este estudo sugere que o rastreamento de doenças cardiovasculares pode ser necessário para pacientes sobreviventes de um câncer uterino por até 10 anos após o diagnóstico da doença.
Fonte: Journal of the National Cancer Institute.
Comentário do autor:
As doenças cardiovasculares em pacientes com câncer são cada vez mais frequentes. A evolução do tratamento oncológico resultou em uma melhora da qualidade de vida e aumento da sobrevida desses pacientes.
Os progressos no tratamento do câncer resultaram também na maior exposição dos pacientes aos fatores de risco cardiovasculares ao longo da vida, bem como, a quimioterapia, a qual pode ser tóxica para o sistema cardiovascular.
Em muitos casos, as sobreviventes de câncer são encaradas como portadoras de uma doença crônica, e que ao longo de sua evolução podem apresentar uma doença cardiovascular fatal.
Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.
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