As transaminases ou aminotransferases são provas de função hepática (avaliam a função do fígado). Duas são as transaminases: TGO (aminotransferase glutâmico oxalacética, também chamada de AST ou aspartato aminotransferase) e TGP (aminotransferase glutâmico pirúvica, também chamada de ALT ou alanino aminostransferase).
A aminotransferase glutâmico pirúvica é mais específica para as doenças hepáticas, já que a aminotransferase glutâmico oxalacética pode ser encontrada em outros órgãos que não o fígado, porém em menor quantidade, como o músculo cardíaco, músculo esquelético, rins e cérebro.
A dosagem das transaminases, estão indicadas na avaliação das doenças hepáticas e das vias biliares. São úteis para rastrear lesões mínimas e inciais no fígado. Suas dosagens não necessitam de jejum. Os valores da normalidade costumam ser até 40 UI/I. Elevações das transaminases até 8 vezes o valor normal, costumam ser inespecíficas, ou seja, podem ocorrer por inúmeras causas.
Elevações intensas (acima de 2000 UI/I) são indicativas de: ação de drogas, toxinas, isquemia (falta de irrigação do fígado), hepatite viral aguda, hepatite auto-imune (lesão do fígado por anticorpos gerados pelo próprio organismo) e obstrução do colédoco por um cálculo. Outras causas de elevação das transaminases em pacientes sem sintomas são: esteatose hepática (fígado gorduroso), hepatite autoimune, ingestão de álcool, doença celíaca, hemocromatose (depósito de ferro no fígado), drogas, toxinas, entre outras.
Os valores das transaminases podem estar diminuídos na insuficiência renal (falência dos rins), cetoacidose diabética e doença hepática severa.
Relação aminotransferase glutâmico pirúvica /aminotransferase glutâmico oxalacética
A relação entre o valor da aminotransferase glutâmico-pirúvica dividida pelo valor da aminotransferase glutâmico-oxalacética pode sugerir a causa da disfunção hepática. Quando a relação é maior que 2 (com aminotransferase glutâmico oxalacética menor que 300 UI/I ), indica ingestão de álcool, doença de Wilson (doença genética que leva ao depósito de cobre no fígado) e ação de drogas.
Quando a relação é maior que 1, sugere doença hepática por isquemia, hepatite crônica (com leves aumentos da aminotransferase glutâmico oxalacética e aminotransferase glutâmico pirúvica), tumores do fígado e cirrose hepática de qualquer causa.
Quando a relação é menor que 1 (o valor da aminotransferase glutâmico pirúvica é menor que o da aminotransferase glutâmico oxalacética), sugere hepatite viral aguda e obstruções nas vias biliares.
Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.
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