Os maiores perigos para crianças estão dentro de casa. Essa é a conclusão de uma pesquisa feita pelo Ministério da Saúde com dados das unidades de emergência do Sistema Único de Saúde (SUS) em 37 cidades brasileiras. Do total de 10.988 atendimentos realizados entre setembro e outubro de 2007 com crianças de até nove anos, 5.540 (50,4%) aconteceram devido a quedas.
"Os traumas mais sérios são decorrentes de quedas de lajes ou telhados", afirma José Roberto Baratella, presidente da Associação Brasileira de Cirurgia Pediátrica (Cipe). Além disso, Baratella destaca que outro problema comum é a intoxicação por soda cáustica. "Frequentemente, esses cáusticos são acondicionados em recipientes atraentes para crianças". Esse tipo de acidente pode provocar sérias lesões no esôfago. "Às vezes, o conduto fica irrecuperável e é preciso substituí-lo por segmento do intestino. As pilhas e baterias, se ingeridas, também podem provocar queimaduras", explica o cirurgião pediátrico.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) editou resolução com regras para acondicionamento de produtos de limpeza. Nem sempre, porém, essa legislação é respeitada por fabricantes e pais. "Não adianta o produto estar em embalagem apropriada se estiver ao alcance da criança.", afirma o presidente da Cipe.
Para aqueles que não podem ter em casa proteções estáticas, ou seja, tapetes antiderrapantes, móveis com cantos arredondados tomadas e escadas protegidas, Baratella recomenda a vigilância. Segundo o médico, enquanto o bebê não caminha, os riscos são menores. Depois que ele passa a engatinhar, os perigos estão presentes em todas as circunstâncias. "A criança deve estar sob observação contínua dos pais, sobretudo as menores. Se acontecer algo, ela deve ser levada para um pronto-socorro que tenha pediatras e cirurgiões pediátricos de plantão, pois serão eles que atenderão a criança primariamente", conclui.
Fonte:Associação Médica Brasileira (2009).
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