As informações sobre a disfunção sexual após o infarto do miocárdio (ataque cardíaco) são esparsas, principalmente em nosso meio e em relação aos seus fatores de risco.
Um estudo avaliou pacientes de ambos os sexos, sexualmente ativos e sem disfunção sexual prévia ao infarto do miocárdio, para estudar a incidência deste tipo de disfunção após o surgimento da doença, tentando também identificar as possíveis variáveis associadas à mesma.
O estudo avaliou 43 pacientes vítimas de infarto do miocárdio, utilizando questionários estruturados para o diagnóstico das disfunções sexuais e dos distúrbios psicológicos. A influência dos fatores de risco clássicos para aterosclerose (hipertensão, tabagismo, diabete, colesterol elevado entre outros) foram analisados, bem como os distúrbios psicológicos e o uso de medicamentos, na ocorrência de disfunção sexual até o sexto mês após o quadro de infarto do miocárdio.
Após o infarto do miocárdio, 91% dos pacientes reiniciaram a sua atividade sexual. Vinte e seis pacientes (60%) apresentaram alguma disfunção sexual até o sextio mês da alta hospitalar (9 com ejaculação precoce, 15 com disfunção erétil e 20 com desejo sexual diminuído).
Os pacientes com distúrbios psicológicos apresentaram disfunção sexual em maior frequência que aqueles sem esses distúrbios. O grupo com disfunção sexual era significativamente mais velho que o grupo sem disfunção sexual: 54,9 anos versus 47,7 anos. O pico de aparecimento de um primeiro infarto do miocárdio em homens, costuma ser após os 50 anos de idade.
Os autores do estudo concluíram que os pacientes apresentaram uma significativa redução da frequência da atividade sexual e elevada incidência de distúrbios sexuais após o infarto do miocárdio. A presença de distúrbios psicológicos e a idade mais elevada estiveram associadas à maior incidência de distúrbios sexuais após o infarto do miocárdio.
Fonte:Arq Bras Cardiol(2006).
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