O Brasil voltou ontem sua atenção para uma grave ameaça à saúde: a conhecida “pressão alta” . O Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão deste ano teve como tema A hipertensão em jovens e crianças. O Ministério da Saúde, para atualizar a capacitação dos profissionais no atendimento a esses pacientes, lançou o Caderno de Atenção Básica para Hipertensão Arterial. Trata-se de um manual prático e didático com informações sobre a doença, fatores de risco e complicações, dirigido principalmente às equipes de Saúde da Família e aos agentes comunitários de saúde.
Com 44 páginas, o Caderno traz informações sobre os procedimentos corretos para realizar a medida da pressão arterial, com destaque para os cuidados necessários no atendimento às crianças, aos idosos e às gestantes. O manual aborda ainda os critérios de diagnóstico e classificação da doença (normal, pré-hipertensão e hipertensão estágio 1 ou 2) e relata o passo a passo da investigação clínico-laboratorial (confirmação da elevação da pressão, identificação de fatores de risco para doenças cardiovasculares e de lesões em órgãos-alvo, diagnóstico de doenças associadas e outros).
O Caderno de Atenção Básica para Hipertensão ensina outros métodos de verificação da pressão arterial, que podem ser realizados pelo próprio paciente, em casa ou no trabalho, fazendo uso de aparelhos validados, mas que não servem de diagnóstico e sim de monitoramento para o melhor controle. É importante destacar que esses resultados sempre deverão ser analisados pela equipe de saúde.
A publicação dedica um capítulo inteiro para falar da avaliação do risco cardiovascular nos hipertensos. Isso porque a hipertensão arterial é o principal fator de risco no desenvolvimento de doenças cerebrovasculares, cardiovasculares e renais – sendo responsável por cerca de 40% das mortes por acidente vascular cerebral e 25% dos óbitos por doença arterial coronariana.
Tratamento – O manual informa ainda sobre o tratamento adequado. Ou seja, se será apenas necessária uma mudança no estilo de vida do paciente, como controle de peso, hábitos alimentares saudáveis, abandono do tabagismo e prática de atividades físicas ou se haverá a indicação de tratamento medicamentoso – com ênfase especial naqueles disponibilizados na rede básica do SUS.
No caderno há dicas de tratamento da hipertensão em populações consideradas especiais como idosos, crianças e adolescentes, pacientes obesos, portadores de diabetes e mulheres usuárias de anticoncepcionais e um relato das manifestações clínicas e complicações que necessitam atendimento de urgência e emergência.
Por último, a publicação ressalta o papel de cada componente das equipes de Saúde da Família (constituída atualmente por um médico, um enfermeiro, um a dois auxiliares de enfermagem, e quatro a seis agentes de saúde da família) no atendimento dos hipertensos e os critérios de encaminhamento dos pacientes para as unidades de referência do Sistema Único de Saúde (SUS).
Hoje, a prevalência estimada de portadores de Hipertensão no Brasil é de 17 milhões de pessoas. A população que recorre ao SUS é de 75% como um todo, sendo em torno de quase 95% nas regiões Norte e Nordeste. Dos hipertensos atendidos pela rede pública, 80% fazem o seu tratamento na atenção básica.
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