Pacientes diabéticos descontrolados, ou ainda, aqueles portadores de complicações cardiovasculares ou neurológicas, estão mais propensos a desenvolverem perda auditiva neurossensorial, de acordo com os resultados de dois estudos recentes.
O primeiro estudo foi realizado pela doutoras Kathleen E. Bainbridge e Catherine C. Cowie (The National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases). Este estudo avaliou 472 pacientes diabéticos com idades entre 20 e 69 anos de idade, participantes de um levantamento americano chamado de National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES).
As autoras do estudo encontraram um risco seis vezes maior de perda auditiva neurossensorial de alta frequência em diabéticos portadores de neuropatia periférica e doença arterial coronariana (presença de placas de gordura que obstruem as artérias do coração).
Os pacientes diabéticos descontrolados apresentavam um risco 3 vezes maior de perda auditiva de alta frequência. A perda auditiva era uniforme, independentemente da idade do paciente diabético. Os mesmos achados não foram encontrados para as perdas auditivas de média e baixa frequências.
No segundo estudo, o Dr. Mohammed Ismail da Manipal University (Mangalor, Índia,) também encontrou uma associação significativa entre a perda auditiva neurossensorial e o diabete melito descontrolado.
Um total de 50 diabéticos foram comparados com 50 indivíduos controles não diabéticos. Todos os diabéticos com hemoglobina glicada, exame que avalia os níveis de glicemia nos últimos 3 meses, acima de 7% (refletido um descontrole da doença), tinham algum comprometimento auditivo (56% tinham comprometimento leve a moderado, 35% moderado a severo, e 9% um comprometimento severo). Somente 40% dos pacientes com hemoglobina glicada abaixo de 7% tinham alguma grau de perda auditiva. A perda auditiva teve uma relação direta com o tempo de duração do diabete melito.
Os pesquisadores acreditam que a perda auditiva em diabéticos descontrolados seja causada por alterações circulatórias e pelo comprometimento do oitavo par de nervos cranianos (nervo vestibulococlear).
Fonte: American Diabetes Association.
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