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Teste ergométrico (teste de esforço)
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Teste ergométrico (teste de esforço) 

 

 

O teste ergométrico ou teste de esforço é o registro da atividade elétrica do coração durante o esforço físico e após o término desse, a chamada fase de recuperação.
O exame permite detectar arritmias desencadeadas pelo esforço físico, isquemia miocárdica (geralmente causada por obstruções das artérias do coração por placas de gordura, chamadas de ateromas), avaliar o comportamento da pressão arterial e frequência cardíaca, observar sintomas desencadeados pelo esforço físico, aptidão cardiorrespiratória, entre outros achados.
Em relação às doenças cardiovasculares, o teste ergométrico é utilizado para o diagnóstico, avaliação do tratamento ou estimativa de complicações futuras (valor prognóstico). Na grande maioria dos casos o teste ergométrico é realizado com esteira rolante, no entanto, a bicicleta ergométrica também poderá ser utilizada.
O teste ergométrico poderá ser parte integrante de outros exames, como a cintilografia de perfusão miocárdica com esforço físico, ecocardiograma de estresse e ergoespirometria (teste cardiopulmonar).
Orientações antes do exame
– O paciente deverá realizar uma refeição leve no mínimo duas horas antes do exame. Deverá comparecer ao local com uma roupa apropriada para a prática de exercício físico (short, moleton, tênis, etc.).
-Mulheres deverão usar top ou sutiã. Nos homens poderá ser necessária a raspagem dos pelos do tórax (tricotomia) para evitar interferências no traçado eletrocardiográfico. Evite passar cremes na região anterior do tórax e abdômen, pois nesses locais serão colocados os eletrodos.
– Os medicamentos de uso contínuo poderão ou não ser suspensos de acordo com a finalidade do exame, ou seja, se este é indicado para o diagnóstico ou para avaliação do tratamento. Em caso de dúvida, consulte o médico solicitante do exame e esclareça suas dúvidas. Caso seja necessária a suspensão dos medicamentos, o tempo desta suspensão poderá variar de 1 até 30 dias, dependendo do medicamento. O ideal é que o médico solicitante, e não a secretária do setor de exames, oriente o paciente neste aspecto. Se você não lembra o nome dos medicamentos que usa continuamente, traga esses nomes por escrito.
Como é feito?
– O teste ergométrico deverá ser realizado em um local apropriado para o exame, com a presença de um médico treinado, equipamento adequado e material de emergência, incluindo equipamento para desfibrilação elétrica em caso de parada cardiorrespiratória. Essa é uma complicação muito rara do exame.
– O teste ergométrico consiste em submeter o paciente a um esforço físico crescente, através da utilização de um ergômetro que poderá ser uma esteira (o equipamento mais comum) ou uma bicicleta ergométrica. Utilizam-se protocolos (programas que determinam a forma de acelerar e/ou inclinar a esteira), de acordo com  as características clínicas do paciente (basicamente a sua capacidade de exercitar-se) e a finalidade do exame.
– Antes de iniciar o teste ergométrico realiza-se um eletrocardiograma de repouso e a medida da pressão arterial. A medida que o paciente realiza o esforço físico são obtidos registros eletrocardiográficos, os quais são gravados no computador, além de medições periódicas da pressão arterial por um auxiliar de enfermagem.
– Periodicamente  será perguntado ao paciente a respeito de seus sintomas ao esforço, como nível de cansaço (esse deverá ser quantificado de 1 a 10, por exemplo), falta de ar, dor no peito, fadiga nas pernas, tonturas, etc. Após o término do esforço realiza-se a fase de recuperação (5 a 6 minutos), com novos registros eletrocardiográficos e medidas adicionais da pressão arterial.
– Geralmente o objetivo do teste ergométrico é fazer com que o paciente atinja pelo menos 85% da frequência cardíaca máxima (FCM). A FCM é obtida pela fórmula 220 – a idade do paciente. Por exemplo: um paciente de 40 anos terá uma FCM teórica de 180 (resultado de 220-40) batimentos por minuto (bpm). Durante o teste ergométrico este paciente deverá atingir cerca de 153 bpm, ou seja , 85% de sua FCM (180 bpm). Idealmente, a duração do teste ergométrico deverá ser entre 8 e 12 minutos (média de 10 minutos).
– O exame ainda poderá  ser interrompido pela presença de exaustão física, incapacidade de continuar o exercício físico, anormalidades do eletrocardiograma, aparecimento de angina do peito limitante, elevação excessiva da pressão arterial ou queda desta durante o esforço, queda da frequência cardíaca, ou ainda, por outras situações indicativas de risco associado ao esforço físico.
Indicações
– Diagnóstico de doença arterial coronariana (comprometimento das artérias do coração por placas de gordura ou ateromas), em pessoas com dor torácica ou não, desde que haja uma suspeita da doença. É importante salientar que o teste ergométrico apresenta limitações para o diagnóstico desta doença, pois a sensibilidade (capacidade do teste ergométrico em diagnosticar a doença) e a especificidade (correlação de um teste ergométrico alterado com a real presença da doença) são inferiores a 70% e 80%, respectivamente.
Logo, existem casos de teste ergométrico falso-positivos (há alteração durante o teste ergométrico, mas não há uma doença real) e falso-negativos (o teste ergométrico é normal, mas o paciente apresenta a doença). A presença de isquemia coronariana, fruto da doença arterial coronariana, é sugerida pela presença de alterações típicas do segmento ST do eletrocardiograma durante o esforço.
–  Avaliação do risco de complicações futuras em pessoas com doença arterial coronariana já conhecida.
–  Após o infarto  do miocárdio com o objetivo de avaliar a condição cardíaca do paciente para o retorno de suas atividades físicas.
–  Em pessoas assintomáticas que sejam diabéticas, que desejem iniciar um exercício físico vigoroso, ou ainda, que tenham uma profissão que coloque outras pessoas em risco (exemplo: motoristas e pilotos de avião).
–  Em pessoas assintomáticas que desejem realizar atividades físicas intensas.
– Em pessoas assintomáticas que desejem realizar exercícios físicos e que tenham fatores de risco para a doença arterial coronariana (tabagismo, anormalidades do colesterol, histórico familiar , etc.).
–  Avaliar a condição cardíaca de algumas pessoas com doenças das válvulas cardíacas.
– Avaliar a condição cardíaca de pacientes que serão submetidos ou que foram  submetidos a uma angioplastia coronariana  ou uma cirurgia de ponte de safena.
– Avaliar a condição cardíaca de pacientes com arritmias, distúrbios de condução elétrica do coração ou que tenham marcapasso artificial.
– Como parte integrante de outros exames como a cintilografia de perfusão miocárdica, ecocardiograma de estresse e ergoespirometria .
Riscos
Em geral, o teste ergométrico é um exame muito seguro. Na população geral a ocorrência de complicações graves (exemplo: infarto do miocárdio ou arritmias cardíacas de difícil controle) é de cerca de 0,05%, ou seja , uma complicação para cada 2.000 exames. O risco de morte é ainda menor:  uma em cada 10.000 exames (0,001%).
Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700. 

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