A angioplastia coronariana é uma modalidade de tratamento que consiste na destruição mecânica de uma placa de gordura localizada em uma artéria do coração, chamada de ateroma, por meio da utilização de um cateter provido de um balão em sua extremidade.
A angioplastia coronariana poderá ser realizada de emergência (como na angina instável ou infarto do miocárdio), ou de forma eletiva (como na angina estável ou isquemia miocárdica silenciosa).
Os stents coronarianos são estruturas metálicas que são liberadas por um cateter durante a maioria dos procedimentos de angioplastia coronariana. O stent poderá ser composto por polímero que libera uma droga (stent farmacológico), ou ser apenas composto por uma estrutura metálica (stent convencional).
Essas drogas diminuem substancialmente o risco de uma das complicações mais temidas da angioplastia coronariana, a reestenose coronariana. Essa complicação poderá levar a um novo estreitamento da artéria, e a necessidade de realização de um novo procedimento de angioplastia coronariana.
Perfil de risco nas mulheres
Aproximadamente 33% das angioplastias coronarianas no Brasil são dedicadas a pacientes do sexo feminino. Na análise comparativa com o sexo masculino, as pacientes do sexo feminino submetidas à angioplastia coronariana são mais idosas, portadoras de hipertensão arterial, dislipidemia (anormalidades do colesterol) e diabete melito.
As mulheres, em geral, apresentam um número mais significativo de doenças associadas, em relação aos homens.
Apresentação clínica nas mulheres
Em relação à apresentação clínica, as mulheres com maior frequência apresentam-se com angina instável. Apesar da maior incidência de fatores de risco, a extensão da doença coronariana (número de placas de gordura na parede das artérias) é semelhante entre homens e mulheres.
Taxas de sucesso do procedimento
Uma revisão de vários estudos demonstrou resultados semelhantes em relação à taxa de sucesso da angioplastia coronariana (acima de 95%) entre homens e mulheres.
Evolução clínica imediata e no longo prazo
Apesar dos avanços da medicina, tanto nos medicamentos como nos dispositivos utilizados, como os stents, o sexo feminino exibe uma evolução clínica com maior ocorrência de eventos cardiovasculares em relação ao sexo masculino. Uma das justificativas está relacionada ao perfil clínico mais grave do sexo feminino (mais fatores de risco e doenças associadas).
A maior mortalidade hospitalar observada nos procedimentos eletivos (previamente agendados) e efetuados na vigência do infarto do miocárdio, comparativamente ao sexo masculino, está relacionada a vários fatores, como uma apresentação tardia das mulheres infartadas (demora em chegar ao hospital), idade mais avançada, menor superfície corporal e a maior presença de doenças associadas.
No entanto, quando são efetuados os ajustes estatísticos para os diversos fatores de risco citados acima, as angioplastias coronarianas (eletivas ou emergenciais) realizadas em mulheres, apresentam resultados imediatos e tardios semelhantes ao do sexo masculino.
Assim, as recomendações de indicação para angioplastia coronariana não devem ser diferentes entre os homens e as mulheres.
Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Autor: Dr. Tufi Dippe Júnior – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.
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