O número de cirurgias bariátricas continua crescendo e cada vez mais se utiliza a via laparoscópica . Este acesso cirúrgico não implica na realização de cortes e, sim , pequenos orifícios aonde são introduzidos os isntrumentos do laparoscópio, que funcionam como se fossem as “mãos do cirurgião”. Contudo, poucos estudos compararam cirurgia bariátrica aberta ( com corte , chamado de laparotomia ) com cirurgia bariátrica laparoscópica . A revista Annals of Surgery traz uma publicação recente que utilizou dados representativos nacionais do ano de 2005 para realizar esta comparação entre as duas modalidades cirúrgicas. A maioria dos pacientes na amostra (74,5%) foi submetida à cirurgia laparoscópica.
Após ajustes para fatores do paciente e do hospital, os pacientes submetidos a cirurgia aberta, apresentaram maior probabilidade de necessidade de uma reoperação e complicações do procedimento, pulmonares, cardiovasculares, infecções e ruptura da anastomose ( local da sutura dentro do aparelho digestivo ). A cirurgia laparoscópica se associou a um menor tempo de internação, porém teve custos mais elevados. Estes achados demonstram que pacientes submetidos a cirurgia bariátrica laparoscópica apresentam menor risco de reoperação e complicações pós-operatórias no hospital e possuem menor tempo de internação, todavia esta via cirúrgica é mais cara.
Fonte: Annals of Surgery ( 2008 ) – Bibliomed
Comentário: a cirurgia bariátrica para o tratamento da obesidade está indicada em pacientes com índice de massa corporal acima de 40 kg/m2 ou acima de 35 kg/m2 com doenças associadas , como a hipertensão arterial , diabete melito e as dislipidemias ( anormalidades do colesterol e suas frações ).O tratamento convencional , com mudanças nos hábitos de vida e medicamentos , devem ser incialmente tentados em todos os pacientes. A técnica cirúrgica por laparoscopia , embora acarrete maiores custos e a necessidade de um treinamento específico , vem sem sendo preferida , pelos motivos expostos acima , pela maioria dos cirugiões e pacientes.
Artigos relacionados
Veja também
Medicamentos para emagrecer são seguros para o coração?
Atualmente temos alguns medicamentos aprovados pela ANVISA para tratar a obesidade no Brasil, como o Orlistat, Sibutramina, Liraglutida e Semaglutida. Orlistat (Lipiblock, Xenical) 1- Atua inibindo a absorção de parte da gordura dos alimentos. 2- Não apresenta efeitos sobre o sistema cardiovascular, logo, pode ser…
Alteração difusa da repolarização ventricular (ADRV)
O termo alteração difusa de repolarização ventricular é utilizado em laudos de eletrocardiograma (ECG) para descrever alterações do segmento ST do ECG, como ausência, achatamento ou inversões assimétricas das ondas T. Alguns médicos podem empregar a abreviatura ADRV. A onda T é um dos elementos…
Benefícios do controle da pressão arterial
O controle adequado da pressão arterial (PA) é uma medida vital para preservar a saúde cardiovascular e evitar complicações sérias. Primeiramente, manter a PA dentro dos limites normais reduz significativamente o risco de doenças cardiovasculares, incluindo acidentes vasculares cerebrais (AVCs) e ataques cardíacos. Quando a…
Você sabe o que é a miocardiopatia não compactada?
A miocardiopatia não compactada (MNC), também conhecida como miocárdio não compactado, é uma condição rara do músculo cardíaco que afeta a estrutura do ventrículo esquerdo (VE). O VE é a principal das quatro câmaras do coração. Ela bombeia o sangue oxigenado em direção ao cérebro…