Os resultados da pesquisa revelaram que, independente da etnia da criança, um dos fatores que podem causar a obesidade é a alimentação a qual é submetida, em especial o tempo de amamentação materna. A pesquisa revelou que crianças de etnias diferentes têm o mesmo desenvolvimento se submetidas a um estilo de vida semelhante. A diferença entre a forma antiga de traçar a curva de desenvolvimento e a nova se reflete na quantidade de crianças obesas. Pela nova tabela, o padrão considerado normal é mais longilíneo (tipo físico “alto” e “fino”). Por isso, o número de crianças obesas, segundo o estudo, pode aumentar em cerca de 20% a partir dos novos levantamentos.
Para o Brasil, que já está entre os quatro países com maior número de casos de obesidade, o novo estudo agrava ainda mais um problema que já é preocupante no país. Atualmente, mais de 15% das crianças brasileiras são obesas, de acordo com a antiga curva de desenvolvimento. A má alimentação e o sedentarismo na infância e pré-adolescência estão preocupando os profissionais da área de saúde. Dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan Escolar), revelam que o índice de obesidade na idade escolar aumentou de 5,13% em 1996 para 8,09% em 2006.
Para Ana Flávia Pinheiro, nutricionista da Clínica e Spa Estância do Lago, o ideal é que a criança tenha uma alimentação saudável, baseada em um equilíbrio nutricional entre: alimentos reguladores, fontes de vitamina, minerais e fibras (frutas, verduras e legumes); energéticos, carboidratos (cereais, pães, macarrão, etc.); e construtores, ricos em proteínas como cálcio e ferro (feijão, lentilha, soja, etc.). “Não podemos radicalizar. A criança não está proibida de comer sanduíches e pizzas, mas ela deve ser conscientizada de que existe o dia a dia, quando a alimentação deve ser saudável, e os dias atípicos, como festas de aniversário e passeios até lanchonetes, quando as guloseimas são permitidas”, explica.
Esse aumento no número de crianças obesas no Brasil se deve, principalmente, ao estilo de vida dos jovens. A alimentação incorreta e as horas que passam em frente à televisão, utilizando o computador ou jogando videogame são fatores que afetam diretamente sua saúde. “Além disso, a publicidade colabora com os péssimos hábitos alimentares, já que as propagandas geralmente envolvem alimentos que não são saudáveis”, ressalta Ana Flávia.
Em geral, o ganho de peso nas crianças acontece graças a uma combinação de fatores: propensão genética, estilo de vida da família, fatores sócio-econômicos e fatores psicológicos. No entanto, hábitos alimentares errados e a falta de atividades físicas são os grandes vilões – 90% dos casos de obesidade infantil devem-se a eles. Em muitos casos, crianças acima do peso não são aquelas que comem muito. Uma ingestão extra de 200 calorias por dia (aproximadamente 2 e ½ bolachas recheadas) pode levar a um aumento de 200g em uma semana. Refrigerantes e sucos industrializados em grande quantidade podem piorar o problema. Jovens em idade escolar consomem hoje mais do que o dobro de refrigerantes do que há duas décadas.
Problemas metabólicos e endócrinos também são causas da obesidade infantil. O endocrinologista Fabiano Lago aconselha que, se os pais observarem que a criança está acima do peso, o ideal é levá-la a um médico para verificar a causa do problema.
Fonte: Jornal do Estado – PR.
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