O desfibrilador ou cardioversor com eletrocardiograma é um aparelho usado para tratar arritmias cardíacas, através de choques elétricos aplicados na parede anterior do tórax.
O aparelho permite avaliar a atividade elétrica do coração (registro eletrocardiográfico), sendo constituído de duas pás, que são ligadas por meio de cabos a um equipamento que transforma a energia elétrica em choques com intensidade regulável.
A intensidade dos choques é medida em Joules (100 J, 200 J, 300 J ou 360 J). As duas pás posicionadas no tórax é que aplicam os choques.
Existem desfibriladores que são usados em locais públicos que são capazes de identificar e tratar as arritmias cardíacas com um choque de forma imediata. Estes equipamentos são importantes para evitar a morte súbita que ocorre fora do ambiente médico (a maioria desses casos são causados por uma arritmia cardíaca chamada fibrilação ventricular). Esses aparelhos deveriam estar disponíveis em locais onde circulam diariamente um grande número de pessoas, como os aeroportos.
O uso dos desfibriladores poderá ser emergencial (desfibrilação emergencial) ou eletivo (cardioversão elétrica eletiva).
Desfibrilação emergencial
Ocorre em situações de emergência, no ambiente médico ou em locais públicos que disponham de desfibriladores. Boa parte desses pacientes está com o seu nível de consciência comprometido, pois as arritmias cardíacas (geralmente a taquicardia ventricular ou fibrilação ventricular) causam um prejuízo significativo para o fluxo sanguíneo para o cérebro.
Por tratar-se de uma emergência médica, nenhum cuidado específico é tomado antes da cardioversão elétrica (se estivermos no ambiente médico, podemos rapidamente podemos aplicar um gel no local da pele onde o choque será aplicado, com o objetivo de evitar queimaduras).
O importante é realizar o procedimento o mais rápido possível. Em certos pacientes instáveis, com taquicardias supraventriculares graves ou taquicardias ventriculares persistentes, mas que ainda estão conscientes, fazemos uma rápida sedação antes da esfibr elétrica.
Cardioversão eletiva
É uma cardioversão elétrica programada. As principais arritmias que levam a uma cardioversão programada , são a fibrilação atrial ( a principal ) e o flutter atrial. Como essas arritmias podem causar a formação de coágulos dentro do coração , antes da cardioversão , preconiza-se a utilização de heparina por dois a três dias antes ( em casos em que o ecocardiograma transesofágico não identifica coágulos ) ou o uso de anticoagulantes por um mês antes ( é a forma mais segura de evitar a saída de coágulos do coração , na hora da cardioversão elétrica ).
O paciente deve comparecer ao hospital em jejum, antes do procedimento . As medicações de uso habitual, não precisam ser suspensas. A cardioversão elétrica , será realizada em uma unidade de terapia intensiva , com uma monitorização contínua do ritmo cardíaco , pressão arterial e oxigenação do sangue ( oximetria ). Antes do procedimento , aplicamos um gel na parede anterior do tórax , principalmente nos locais aonde as pás do desfibrilador serão colocadas em contao com a pele .
Em seguida , é realizada uma anestesia geral de curta duração , geralmente com a participação de um anestesista. No ato da cardioversão elétrica , são realizados um a quatro choques ( boa parte dos pacientes têm a sua arritmia revertida com o primeiro choque ). Eletrocardiogramas são realizados antes e após o procedimento da cardioversão elétrica.
Logo após o paciente recobrar sua consciência, poderemos liberar algo para ele alimentar-se. Em seguida , este poderá ser liberado para a sua casa.
Complicações:
A desfibrilação ou cardioversão elétrica, é um método muito seguro e com baixas taxas de complicações. O achado mais comum , são queimaduras leves na parede anterior do tórax , aonde as pás do desfibrilador entram em contato com a pele. A mais temida complicação , é o acidente vascular cerebral , em pacientes portadores de fibrilação atrial e que apresentam coágulos dentro do coração, no momento do procedimento. Após a cardioversão , este coágulo poderá ser liberado do coração , causando uma obstrução de uma artéria do cérebro e, conseqüentemente um acidente vascular cerebral ( derrame cerebral ).
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