Abaixo enumeramos fatos sobre hipertensão arterial e diabete melito.
1- Hipertensão arterial e diabete melito frequentemente associam-se, pois existem mecanismos comuns no aparecimento dessas duas doenças. A associação de hipertensão arterial e diabete melito em pacientes com obesidade central (localizada acima da cintura, avaliada por meio da circunferência abdominal), são características de uma doença chamada de síndrome metabólica.
2-A associação de hipertensão arterial e diabete melito dobra o risco cardiovascular. A prevalência de hipertensão arterial está aumentando, fato ligado à elevação nas taxas de sobrepeso e obesidade, bem como, ao aumento da população de idosos em nosso meio.
3- No paciente diabético do tipo 1 (dependente de insulina) o aparecimento da hipertensão arterial geralmente associa-se a presença de disfunção renal (nefropatia diabética). A pressão arterial costuma elevar-se cerca de 3 anos após o início da perda de proteínas pela urina (proteinúria), achado típico da nefropatia diabética.
4- No diabete melito do tipo 2 (não-dependente de insulina) cerca de 40% dos pacientes são hipertensos no momento do diagnóstico da doença.
5-O tratamento da hipertensão arterial no diabético visa prevenir a doença cardiovascular, bem como minimizar a progressão da doença renal e a retinopatia diabética.
6-O tratamento inicial não-medicamentoso da hipertensão arterial no diabético deve incluir a redução de peso, prática regular de atividades físicas, redução do consumo de álcool e sal, além do abandono do tabagismo.
7- Entre as medidas mencionadas acima, a perda de peso é a que produz maior impacto na redução da pressão arterial.
8- Por ser uma população de alto risco para as doenças cardiovasculares, os pacientes diabéticos devem ter um controle mais rigoroso da pressão arterial (objetiva-se valores inferiores à 130/80 mmHg).
9- A maioria dos diabéticos (cerca de 70%) necessitará de uma associação de medicamentos anti-hipertensivos para obter um controle adequado da pressão arterial.
10- Os diuréticos e os betabloqueadores, tipos de medicamentos anti-hipertensivos, podem causar aumentos do níveis de glicemia com o passar do tempo.
11- Drogas do grupo dos inibidores da enzima de conversão da angiotensina (exemplos: captopril, enalapril e ramipril) ou os bloqueadores dos receptores da angiotensina II (exemplos: losartana, valsartana, olmesartana e ibesartana) ajudam a prevenir o aparecimento e a evolução da doença renal no diabético.
Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.
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