O tabagismo associa-se com o desenvolvimento de vários tipos de cânceres na mulheres.
Câncer de pulmão:
As estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA) para 2008 no Brasil prevêem 9.460 novos casos de câncer de pulmão, classificando-o como o quarto mais freqüente nas mulheres brasileiras (sem considerar o câncer de pele que não seja do tipo melanoma), exceção feita à região Nordeste, onde ocupa o quinto lugar. Estudos científicos observam que os níveis de mortalidade por câncer de pulmão entre os homens têm se mantido estáveis ou até diminuído, em países desenvolvidos. Entre as mulheres, entretanto, tem havido um acentuado aumento de mortalidade. Esse dado relaciona-se à redução do consumo de cigarros entre os homens, nestas últimas décadas, nestes mesmos países desenvolvidos.
Câncer de mama:
Segundo as estimativas do INCA, o Brasil deve registrar 49.400 novos casos de câncer de mama em 2008, que traduz um risco estimado de 51 casos para cada 100 mil mulheres, tornando-o o câncer mais incidente entre a população feminina (região sudeste do Brasil e no mundo). A relação entre tabagismo e este tipo de câncer é muito estudada.
Avaliações da época de inicio do tabagismo e sua intensidade têm sido realizadas para quantificar o aumento no risco de câncer mamário, relacionando-o com fatores de conhecida relevância na história natural da doença, como a existência de gestações e a menopausa. Sabe-se que o risco aumenta quando o tabagismo começa cinco anos após a primeira menstruação e em mulheres sem filhos, fumantes de mais de 20 cigarros por dia ou que tenham fumado cumulativamente 20 maços por ano ou mais.
Estudos recentes sugerem que tanto o fumo ativo quanto o passivo levam a um aumento no risco de doença, comparando-se com as mulheres não fumantes (ativas ou passivas). Há também risco de câncer de pulmão para mulheres fumantes submetidas à radioterapia para tratamento de câncer de mama.
Câncer de colo uterino:
O câncer de colo uterino é atualmente o segundo câncer mais comum entre as mulheres, sendo responsável por 230 mil mortes ao ano, em todo o mundo. No Brasil, segundo as estimativas do INCA, são esperados 18.680 novos casos em 2008. A relação do tabagismo como importante fator causal para o câncer do colo uterino já é bem conhecida pela ciência.
Um bom exemplo é um estudo realizado em 2002, numa clinica de colposcopia em Rhode Island (Estados Unidos), entre pacientes com exames de Papanicolau alterados ou com diagnóstico prévio de câncer de colo. Foi confirmada nesta população uma grande porcentagem de fumantes (39%, ou seja, 98 entre 250 mulheres). Em Oxford, no Reino Unido, uma avaliação de dados de 23 estudos epidemiológicos em câncer de colo uterino definiu com clareza que o risco deste tipo de câncer aumenta nas fumantes quanto maior é o número de cigarros ao dia (intensidade) e o inicio do tabagismo em idades mais precoces (duração).
Já o fumo passivo foi avaliado em um extenso trabalho realizado junto ao Hospital John Hopkins (Estados Unidos), acompanhando por anos um grupo de fumantes (ativos e passivos), confirmando-se o aumento do risco de câncer de colo para ambos os tipos de tabagismo (ativo e por poluição ambiental). O tempo de sobrevida após o câncer de colo uterino também é influenciado pelo tabagismo. Estudo desenvolvido na Faculdade de Medicina na Universidade de Washington (Estados Unidos) chegou à conclusão que a sobrevida de mulheres com câncer de colo uterino diminui na presença do tabagismo.
Fonte INCA(2009).
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