O estresse e a depressão são comuns em pacientes submetidos a uma angioplastia coronariana, para a desobstrução das artérias coronárias, segundo estudo apresentado, no Congresso da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista, realizado no Recife.De acordo com os autores, “as características psicológicas estão associadas com maior risco de eventos cardiovasculares maiores em vários subgrupos de pacientes, mas dados referentes a sua prevalência e influência no prognóstico em indivíduos submetidos à angioplastia coronariana em nosso meio não são disponíveis”.
Para investigar a prevalência de distúrbios como a depressão, a ansiedade e o estresse psicológico em pacientes que passaram pelo procedimento no coração, os pesquisadores do Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul avaliaram 104 pacientes com média de idade de quase 61 anos que foram submetidos à intervenção coronária percutânea em um centro de referência.Entre os participantes, 28% já tinham sido submetidos a tratamento psicológico e 30% faziam uso de psicofármacos, segundo dados publicados na Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva.
Os resultados mostraram que 36% deles apresentavam personalidade tipo D, caracterizados como preocupados e tristes; 32% tinham ansiedade moderada ou grave; 27% apresentaram depressão moderada ou grave; e 66% encontravam-se com estresse, sendo que um quarto dos estressados estavam com a forma crônica ou grave desse problema psicológico.
“A avaliação destas características tem sido investigada com o objetivo de uma estratificação mais acurada do risco de novos eventos cardiovasculares maiores após as intervenções coronárias percutâneas”, concluíram os autores em publicação da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista.
Fonte: www.boasaude.uol.com.br – Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva.
Comentário do autor:
O estresse psicossocial é um importante fator de risco para o infarto do miocárdio. Esta é a conclusão do estudo INTERHEART (estudo sobre a importância dos fatores de risco no infarto do miocárdio).
Sabemos que a depressão e o estresse psicossocial aumentam o risco cardiovascular e, por outro lado, o desenvolvimento de sintomas depressivos após um evento cardíaco, como o infarto do miocárdio, angioplastia coronariana ou cirurgia de ponte de safena, confere uma pior evolução para esses pacientes, pois costuma haver um prejuízo na adesão ao tratamento, bem como, a mudança de hábitos de vida inadequados.
A pesquisa e o tratamento destes transtornos psiquiátricos em pacientes que sofreram um evento cardíaco é uma etapa importante do processo de reabilitação, conferindo uma melhor evolução com o transcorrer do tempo.
Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.
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