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Hormônios na menopausa protegem de ataque cardíaco 

ATLANTA. Ingerir doses regulares de estrogênio a partir dos 50 anos beneficia o coração das mulheres. Aquelas que tomam o hormônio desde os primeiros sinais da menopausa apresentam menor endurecimento das artérias e risco cardíaco.

– O hormônio parece diminuir o ritmo de construção das plaquetas – sugere a coordenadora da pesquisa, JoAnn Manson, do Hospital Brigham, nos Estados Unidos.

O estudo mostra que as mulheres que começam a tomar estrogênio aos 50 anos têm entre 30% e 40% menos chance de apresentar níveis mensuráveis de cálcio bloqueando suas artérias.

Os benefícios observados aos 50 anos não se verificam em mulheres com mais de 60. Nesses casos, a ingestão de hormônios aumenta os problemas de saúde. Portanto, o conselho dos especialistas não mudou. Hormônios só devem ser usados para controlar ondas de calor, insônia e outros sintomas depois do início da menopausa, sempre com a menor dose possível e não por mais de quatro ou cinco anos.

O estudo é baseado no Womens Health Initiative, grande levantamento federal iniciado na década de 1990 e cujo foco eram os riscos e benefícios dos hormônios da menopausa para mulheres.

Uma fase da investigação foi suspensa em 2002, depois de médicos detectarem altos índices de ataques do coração, derrames, câncer de mama e outras doenças em mulheres sob terapia hormonal combinada de estrogênio e progestina. Outra etapa foi interrompida em 2004, depois daquelas em terapia apenas com estrogênio apresentarem mais risco de coágulos e derrames. As taxas de ataque cardíaco e câncer de mama se mantiveram inalteradas.

– A questão dos ataques cardíacos foi realmente a mais surpreendente – observou Michelle Warren, da Univesidade de Columbia.

Desde então, os pesquisadores começaram a destrinchar os dados colhidos a fim de detectar nuances de significado. Notaram que a maior parte das mulheres avaliadas estava na casa dos 60 e 70 anos – o estudo começou a acompanhá-las muitos anos depois de sua menopausa.

Os médicos averiguaram uma "hipótese temporal", que propõe que o estrogênio ajuda contra entupimento de artérias e doenças cardíacas, mas apenas se dado antes dos problemas se desenvolverem e antes dos níveis naturais do hormônio estarem há muito reduzidos. Em mulheres com arteroesclerose, o estrogênio funciona como um gatilho para ataque cardíaco.

Warren comparou a situação à prática de atividades físicas:

– Se uma mulher começa a se exercitar cedo, consegue proteger seu coração. Mas se uma sexagenária, que nunca fez ginástica, começa a fazê-lo, o exercício pode matá-la.

Manson analisou mil mulheres com 50 anos que haviam sido histerectomizadas. Segundo a médica, 25% das americanas nessa faixa etária havia sofrido a retirada de seu útero.

As mulheres tomaram ou estrogênio ou placebo por sete anos, em média. Depois fizeram um exame cardíaco para checar as taxas de cálcio. Tinham em torno de 64 anos.

Howard Hodis, da Universidade do Sul da Califórnia, celebrou as evidências de que, iniciada no tempo certo, a terapia hormonal pode seguir por anos. Mas Jacques Rossouw, Womens Health Initiative, foi reticente, já que o risco de coágulos persiste.

– Mulheres que desejam proteger o coração devem focar na alimentação saudável, não fumar e se exercitar – disse Nanette Wenger, da Universidade de Emory.

 

 

 Fonte: Jornal do Brasil – http://www.jb.com.br/

 

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