Uma grande proporção de indivíduos com colesterol muito alto (hipercolesterolemia grave) não são tratados com estatinas, as drogas redutoras de colesterol mais utilizadas em todo o mundo. Essa é a constatação de pesquisadores de Boston (Estados Unidos).
Os autores do estudo avaliaram indivíduos participantes do National Health and Nutrition Examination Survey. Um total de 0,47% dos adultos entrevistados eram portadores de hipercolesterolemia familiar (uma forma genética de colesterol elevado) e 6,6% apresentavam níveis de LDL-colesterol (“colesterol ruim”) iguais ou maiores que 190 mg/dL. As taxas de utilização de estatinas nesses dois grupos de indivíduos foram de 52,3% e 37,6%, respectivamente.
Um fato curioso é que mais de 80% desses indivíduos sabiam que eram portadores de colesterol muito elevado, mesmo assim, as taxas de uso das estatinas estavam muito abaixo do ideal.
Comentário do autor:
O colesterol elevado não costuma causar sintomas, mas em alguns casos podemos ter manifestações de pele, como os xantelasmas e xantomas.
O xantoma é uma espécie de tumor de pele composto de gordura, que pode aparecer em qualquer parte do corpo, especialmente em cotovelos, joelhos, pés, coxas e glúteos. Já os xantelasmas são também pequenos depósitos de matéria gordurosa concentrados na região das pálpebras.
Muitas vezes os primeiros sintomas dos pacientes com hipercolesterolemia grave são fruto das consequências da aterosclerose coronariana (obstrução das artérias do coração por placas de gordura ou ateroma), como a dor torácica (angina do peito) ou cansaço aos esforços.
Pacientes com LDL-colesterol igual ou maior que 190 mg/dl são considerados de alto risco para complicações cardiovasculares, e devem usar estatinas de alta potência (Rosuvastatina ou Atorvastatina em altas doses) com o objetivo de reduzir o LDL-colesterol abaixo de 70 mg/dl. Se esses pacientes já apresentaram manifestações clínicas da aterosclerose (infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral, por exemplo) esse valor deve ser ainda menor, ou seja, abaixo de 50 mg/dl.
Fonte: Circulation.
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Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.
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