Recentemente foi publicado um consenso entre especialistas, que aborda a relação entre a psoríase (uma doença inflamatória da pele, mas que também pode afetar as articulações) e o processo de aterosclerose.
A psoríase afeta cerca de 125 milhões de pessoas em todo o mundo (cerca de 2% da população). A doença apresenta dois picos de aparecimento: um entre 15 e 25 anos de idade, e o outro, entre 50 e 60 anos de idade.
A aterosclerose é a formação de placas de gordura, chamadas de ateromas, nas diversas artérias do organismo. A aterosclerose é a principal causa do infarto do miocárdio (ataque cardíaco) e do derrame cerebral. Sabemos que a inflamação é um elemento importante no processo de aterosclerose, tanto em suas formas crônicas como nas formas agudas.
Pesquisadores da universidade da Pennsylvania (Philadélfia, Estados unidos) haviam publicado, há cerca de dois anos atrás, um estudo sobre o risco cardiovascular de indivíduos portadores de psoríase moderada à grave. Os autores do estudo concluíram que a presença dessa doença inflamatória acarretava um aumento do risco para o infarto do miocárdio, independentemente da presença de outros fatores de risco tradicionais, como o tabagismo, hipertensão arterial ou anormalidades do colesterol.
Estudos prévios já haviam demonstrado uma relação entre a presença de doenças inflamatórias (como a artrite reumatóide), marcadores inflamatórios no sangue e o desenvolvimento de aterosclerose. No entanto, esse é o primeiro consenso de especialistas que sugere a pesquisa e o controle rígido dos fatores de risco cardiovascular, em portadores de psoríase.
Fonte: Am J Cardiol (2008).
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