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Sexo e cardiopatia: quem pode e quem não pode?
Sexo e Coração

Sexo e cardiopatia: quem pode e quem não pode? 

Embora a atividade sexual não acarrete uma sobrecarga acentuada ao coração (equivale a subir dois lances de escada rapidamente), as elevações do batimento cardíaco e da pressão arterial durante o ato sexual podem ser um gatilho para um evento cardíaco, como um infarto do miocárdio, arritmia cardíaca ou até a morte súbita.

Embora  esse  tipo  de   complicação  não  seja  comum após o ato sexual em cardiopatas, sempre  há  uma  preocupação  do  médico  assistente do paciente  e a sua companheira.

A American Heart Association publicou uma diretriz sobre o início ou retomada da atividade sexual nos cardiopatas. Estes pacientes, de acordo com o seu quadro clínico,  são  divididos em três categorias, mencionadas abaixo.

Pacientes de baixo risco

São os assintomáticos, portadores de menos de três fatores de risco para doença arterial coronária (excluindo gênero masculino), aqueles com hipertensão arterial controlada, angina do peito estável leve, aqueles submetidos a revascularização miocárdica com sucesso, pacientes com infarto do miocárdio passado não-complicado, portadores de doença valvar leve, insuficiência cardíaca sem disfunção do ventrículo esquerdo e/ou em classe funcional I (falta de ar apenas aos grandes esforços).

Esses pacientes  podem ser encorajados para recomeçar a atividade sexual ou receber tratamento para disfunção sexual imediatamente. O uso de  drogas do tipo sildenafil, tadalafila ou vardenafila poderá ser liberado, desde que o paciente não use nitratos.

Pacientes de risco intermediário

São os portadores de três ou mais fatores de risco para doença arterial coronária (excluindo gênero masculino ), presença de angina do peito estável moderada , pacientes com infarto do miocárdio recente (ocorrido entre duas e seis semanas), portadores de disfunção de ventrículo esquerdo e/ou insuficiência cardíaca congestiva classe funcional II (falta de ar aos médios esforços), sequela não cardíaca de doença aterosclerótica (derrame cerebral e/ou doença vascular periférica).

Esses indivíduos devem realizar uma avaliação cardiológica criteriosa antes de recomeçar a atividade sexual, a qual poderá incluir um ecocardiograma , teste ergométrico e outros exames.

Pacientes de alto risco

Presença de angina instável ou refratária ao tratamento, hipertensão arterial não controlada, insuficiência cardíaca congestiva grave (falta de ar aos mínimos esforços ou ao repouso), infarto recente (menos de duas semanas), arritmias de alto risco (fibrilação atrial com elevada resposta ou arritmias ventriculares complexas), miocardiopatias graves, doença valvar moderada a grave.

Nesses pacientes a atividade sexual pode constituir um risco significativo, devendo a mesma ser postergada até estabilização da condição cardíaca, como medicamentos ou procedimentos como angioplastia coronariana, cirurgia de revascularização ou troca de válvula, entre outros. A liberação do cardiologista é necessária antes de se reassumir a vida sexual ativa, pois, nessas circunstâncias, o risco pode suplementar o benefício.

 Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.

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