Taquicardia sinusal inapropriada é um ritmo cardíaco ditado pelo marcapasso natural do coração (nó sinusal ou sinoatrial) caracterizado por uma frequência cardíaca em repouso maior que 100 batimentos por minuto e/ou uma resposta exagerada da frequência cardíaca (mais que 100 batimentos por minuto) aos mínimos esforços.
Causas
O mecanismo da taquicardia sinusal inapropriada ainda não é bem definido. No entanto, um trabalho recente sugere que esta seja uma anormalidade primária do nó sinusal (marcapasso natural do coração), caracterizada por um aumento da frequência cardíaca e uma sensibilidade acentuada à ação do neuro-hormônio adrenalina.
Sinais e sintomas
Os pacientes costumam apresentar sintomas de palpitações (percepção de aceleramento no coração) e/ou pré-síncope (sensação de desmaio) no estado de repouso ou aos mínimos esforços físicos.
Diagnóstico
O diagnóstico da taquicardia sinusal inapropriada geralmente é feito por exclusão. O critério mais comumente utilizado para definir a taquicardia sinusal inapropriada inclui: traçado eletrocardiográfico semelhante ao do ritmo sinusal, frequência cardíaca de repouso geralmente igual ou maior a 100 batimentos por minuto ou aos mínimos esforços, exclusão de causas secundárias de taquicardia sinusal, sintomas de palpitações e/ou pré-síncope (sensação de desmaio), claramente relacionados ao repouso ou aos mínimos esforços físicos.
É de extrema importância descartar causas secundárias de taquicardia sinusal, especialmente relacionadas a alterações endocrinológicas, tais como hipertireoidismo, feocromocitoma e diabetes melito com evidência de disfunção autonômica.
O ecocardiograma geralmente é normal. O registro eletrocardiográfico de 24 horas (Holter) demonstra uma frequência cardíaca média maior que 90 batimentos por minuto, com uma frequência cardíaca próxima do normal durante o sono e uma resposta acima de 100 batimentos por minuto durante a vigília.
O teste ergométrico reflete uma resposta exagerada da frequência cardíaca aos mínimos esforços físicos. Dentro dos primeiros 90 segundos do exame, o batimento cardíaco ultrapassa 130 batimentos por minuto.
Tratamento
No tratamento com medicamentos a droga de escolha são os betabloqueadores (atenolol, metoprolol e propranolol) em altas doses. Naqueles pacientes que não possam fazer uso de tais drogas, os antiarrítmicos (como o sotalol e a propafenona) ou a ivabradina (medicação que inibe o nó sinusal) podem ser utilizados.
Caso o paciente não responda aos medicamentos, um tratamento por cateter pode ser necessário (ablação por radiofrequência). Este consiste na modificação do nó sinusal através de aplicação de radiofrequência na sua porção mais superior, visando eliminar a alta frequência cardíaca da taquicardia sinusal.
Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.
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