Pesquisadores da Escola de Medicina de Harvard (Boston, Massachusetts) apresentaram um novo estudo no congresso do American College of Cardiology sobre o papel da atividade física, especificamente a caminhada, em relação ao risco de hospitalização por insuficiência cardíaca em mulheres menopausadas.
A insuficiência cardíaca ou insuficiência cardíaca congestiva é uma condição grave, na qual a quantidade de sangue que o coração é capaz de bombear a cada minuto, chamado débito cardíaco, é insuficiente para suprir as necessidades de oxigênio e nutrientes de todo organismo.
A doença tem muitas causas, incluindo as doenças cardiológicas ou doenças de outros órgãos que afetem o funcionamento do coração. No Brasil, segundo os dados do DATA-SUS, a insuficiência cardíaca é uma das principais causas de hospitalização e morte em nosso país.
Os autores estudaram cerca de 90.000 mulheres menopausadas, durante um seguimento médio de 10 anos. Nesse período, cerca de 1.100 mulheres tiveram uma primeira hospitalização por insuficiência cardíaca.
No início do estudo, as mulheres que tinham histórico prévio de insuficiência cardíaca, doença arterial coronariana ou câncer, ou ainda, que não conseguiam andar pelo menos uma quadra, foram excluídas do estudo. Fatores como nível educacional, renda familiar, índice de massa corporal, tabagismo e fatores de risco cardiovascular como hipertensão arterial prévia, diabetes e colesterol alto foram avaliados.
Os autores encontraram uma redução gradual no risco de insuficiência cardíaca com aumento da frequência, duração e velocidade da caminhada. Andar pelo menos duas a três vezes por semana associou-se a uma redução significativa no risco, mas caminhar diariamente proporcionou uma redução ainda maior.
Além disso, os autores observaram que a duração ideal da caminhada era de 40 minutos, sendo que as mulheres menopausadas que caminhavam num ritmo acelerado, apresentaram uma redução de 38% no risco de hospitalização por insuficiência cardíaca.
Existem evidências sobre outros benefícios da caminhada em mulheres, como diminuição do risco de declínio cognitivo (perda da memória), doença arterial coronariana, acidente vascular cerebral (derrame cerebral), fratura por osteoporose, diabete melito e depressão, além de uma melhora do bem-estar emocional.
Fonte: American College of Cardiology.
Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.
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