A hipertensão arterial, conhecida popularmente como pressão alta, na gestação acarreta um aumento do risco de complicações e morte para a mãe e o feto.
Define-se hipertensão arterial na gestação como a presença de pressão arterial sistólica (pressão máxima) igual ou maior que 140 mmHg e/ou pressão arterial diastólica (pressão mínima) igual ou maior que 90 mmHg.
Classificação da hipertensão arterial na gestação
-Pré-eclâmpsia e eclâmpsia:
A pré-eclâmpsia é definida pela presença de hipertensão arterial após a vigésima semana associada a proteinúria (perda urinária de proteína) significativa.
Na ausência de proteinúria significativa, o diagnóstico pode ser baseado na presença de dor de cabeça, turvação visual, dor abdominal, plaquetopenia (queda das plaquetas no sangue, menos que 100.000/mm³), elevação das enzimas hepáticas (o dobro do basal), comprometimento renal (creatinina acima de 1,1 mg/dl ou o dobro do basal), edema pulmonar, distúrbios visuais ou cerebrais, escotomas ou convulsão.
A eclâmpsia é definida como a presença de convulsões do tipo grande mal em uma gestante com pré-eclâmpsia.
-Hipertensão arterial crônica (de qualquer causa):
São aquelas gestantes que já eram hipertensas antes de engravidarem.
-Hipertensão arterial crônica com pré-eclâmpsia sobreposta:
São aquelas gestantes que já eram hipertensas antes de engravidarem e que ainda desenvolvem pré-eclâmpsia.
Incidência
A hipertensão arterial na gestação, em todas as suas apresentações, incide em 7 a 10% das gestações. No Brasil, incidência de 1,5 % para pré-eclâmpsia e de 0,6% para eclâmpsia é relatada. Áreas mais desenvolvidas exibem incidência de 0,2% para eclâmpsia, com índice de morte materna de 0,8%, enquanto que regiões menos favorecidas apresentam 8,1% e 22%, respectivamente.
Em recente publicação da organização mundial de saúde as três maiores causas de mortalidade materna no mundo foram: sangramento (27%), hipertensão arterial (14%) e infecção (10%). No Brasil a hipertensão gestacional lidera a mortalidade com 20% dos casos de morte materna.
Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.
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