O retorno à atividade sexual após um infarto do miocárdio (ataque cardíaco), apesar da importância clínica e social, é um assunto pouco abordado pela equipe de saúde, e que tem recebido pouca ênfase durante a internação do paciente.
A disfunção erétil tem sido uma queixa freqüente entre pacientes cardiopatas, aliada a dúvidas sobre a segurança no retorno à atividade sexual após evento cardiovascular. Um estudo teve como objetivo principal descrever o conhecimento dos pacientes quanto ao infarto do miocárdio e às orientações recebidas para o retorno à atividade sexual. Este estudo foi realizado entre junho e julho de 2005 no Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul.
Foram incluídos pacientes que se encontravam no sexto dia após infarto do miocárdio. Foi aplicado um questionário relacionado ao conhecimento sobre o infarto do miocárdio, à freqüência e às expectativas de retorno à atividade sexual no período pós-alta hospitalar. Foram incluídos 96 pacientes, dos quais 70% eram do sexo masculino, com média de idade de 59 ± 12 anos, e 80% eram vítimas de um primeiro infarto do miocárdio.
Desses pacientes, 96% desconheciam as manifestações clínicas e as possíveis limitações provocadas pelo infarto do miocárdio, 63% relataram ter vida sexual ativa antes do evento, 60% tinham dúvidas quanto ao retorno à atividade sexual após a alta, e apenas 4% dos pacientes receberam orientações pelos profissionais de saúde durante o período de internação.
Os autores do estudo concluem que as orientações dispensadas pela equipe médica aos pacientes durante a internação são inadequadas, no que tange tanto ao infarto quanto ao retorno à atividade sexual. A atualização da equipe de saúde, principalmente dos enfermeiros que despendem mais tempo com os pacientes, são estratégias que podem melhorar esses resultados.
Fonte: Arq Bras Cardiol(2008).
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