Cerca de 60 anos atrás, uma cidade dos Estados Unidos, Framingham (Massachusetts), foi selecionada pelo governo americano para ser o local de um estudo cardiovascular.
Foram inicialmente recrutados 5.209 residentes saudáveis entre 30-60 anos de idade para uma avaliação clínica e laboratorial intensa. Desde então a cada 2-4 anos, esta população e, atualmente as gerações descendentes, é reavaliada cuidadosamente e acompanhada em relação ao desenvolvimento de doença cardíaca.
O consagrado estudo de Framingham foi o primeiro a demonstrar a importância de alguns fatores de risco para o desenvolvimento de doença cardíaca e cérebro-vascular (derrame cerebral).
Parece inconcebível, mas antes do estudo de Framingham a maioria dos médicos acreditava que aterosclerose (formação de placas de gordura ou ateromas na parede das artérias) era um processo de envelhecimento inevitável e, a hipertensão arterial, um resultante deste processo que auxiliava o coração a bombear o sangue pelas artérias com diâmetro interno reduzido.
Foram mais de 1.000 publicações somente neste estudo de pacientes, e milhares de outras que nos levaram ao longo das últimas décadas para um entendimento detalhado e aprofundado das características individuais e ambientais relacionadas com maior probabilidade de doença cardíaca.
Estudos estes que confirmaram a importância do tabagismo, níveis elevados de LDL-colesterol (“colesterol ruim”), baixos de HDL-colesterol (“colesterol bom”), diabete melito, hipertensão arterial, história familiar, obesidade, sedentarismo, síndrome metabólica e ingestão excessiva de álcool, como fatores fortemente relacionados com aterosclerose e as suas manifestações clínicas, principalmente a doença arterial coronariana e a doença cérebro-vascular.
Surgia após as conclusões iniciais deste estudo, o conhecido termo “fator de risco” para a aterosclerose e doenças cardiovasculares.
Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologita de Curitiba – CRM/PR 13700.
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