O banho de sauna é prática comum em vários locais do mundo, sobretudo em países como a Finlândia. Feito por relaxamento e sensação de bem-estar, esse hábito parece trazer benefícios que não se restringem às doenças cardiovasculares. Segundo um estudo de revisão publicado recentemente, envolvendo outros estudos com diversas metodologias acerca do assunto (banho de sauna finlandês), os efeitos benéficos da sauna se estendem às doenças respiratórias, artrites, função cognitiva (como memória), entre outras.
O banho de sauna finlandês caracteriza-se por ar seco e temperatura alta (80 a 100 ºC) em ambiente tipicamente feito de madeira por curta duração (5 a 20 minutos), alternando com uma sessão de resfriamento (nadar, ducha ou apenas repouso em temperatura ambiente). Um finlandês faz no mínimo uma vez na semana, mas a média chega a 2 a 3 vezes por semana dependendo da época. A frequência cardíaca pode chegar entre 120 a 150 bpm.
– Efeitos sobre a hipertensão arterial (pressão alta):
Estudos sugerem que há uma modulação benéfica na pressão arterial com a sauna. O efeito supostamente permanece por até 24 horas, quase simulando um efeito obtido com o exercício físico. Outros estudos também sugerem que, em praticantes intensos (4 a 7 vezes por semana), o risco de desenvolver hipertensão arterial seria 47% menor num seguimento de quase 25 anos. Benefício este presente mesmo após ajuste por outros fatores.
– Efeitos sobre a doença cardiovascular:
Estudos apontam que maior frequência e duração de banho de sauna estavam inversamente (e de forma independente) associados com o risco de morte súbita, doença cardiovascular e mortalidade por qualquer causa, ou seja, a sauna protege o indivíduo contra esses desfechos. Esse achado foi observado após um seguimento médio de 20 anos, sendo afastados outros fatores de confusão. Outros estudos sugerem benefício adicional do banho de sauna aos já praticantes de atividade física no risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
Autor: Dr. Cristiano Carvalho de Oliveira (colunista Pebmed).
Fonte: Pebmed.
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