Comer chocolate faz parte do cardápio diário de muitas pessoas. Algumas referem simplesmente prazer no consumo, e outras, uma dependência deste tipo de alimento.
O chocolate é um produto altamente calórico: cada 100 gramas contém cerca de 540 calorias, 1/4 da necessidade diária de uma pessoa adulta. Em sua composição ele apresenta cerca de 1/3 de leite, 1/3 de açúcar e 1/3 de cacau. É uma fonte de potássio, ferro, magnésio, vitaminas do complexo B, cafeína entre outros componentes. O chocolate amargo é rico em flavanoides antioxidantes provenientes da semente do cacau.
Acredita-se que as substâncias responsáveis pelo “vício” sejam tônicas, chamadas de xantinas e triptofano. As xantinas (teobromina, feniletilamina e anandamina) são responsáveis por estimular o sistema nervoso central, aumentando a produção de endorfinas (substâncias que causam bem estar e relaxamento) e diminuindo a ansiedade. O triptofano, também é calmante e estimula a produção de serotonina (neurotransmissor responsável pela sensação de prazer).
Com esta composição o chocolate garante o poder tranquilizador que atrai os seus consumidores. Mesmo com estes atrativos é prudente cautela no consumo, pois doses maiores que 300 gramas de chocolate meio amargo e 750 gramas de chocolate ao leite apresentam cerca de 180 gramas de cafeína em sua composição.
A cafeína estimula o sistema nervoso, por isso, ao dormir a pessoa não consegue liberar melatonina (hormônio responsável pelo descanso) em quantidades suficientes. O resultado é uma má qualidade do sono, fato que gera um estresse. Ganho de peso e alterações no perfil lipídico também pode acontecer em pessoas que extrapolam no consumo chocolate.
Para quem não consegue viver sem o chocolate, o ideal é limitar o consumo à 30 gramas diárias, o que equivale a três brigadeiros pequenos. Quanto mais escuro o chocolate, melhor, pois tem mais cacau e menos gordura. Para prolongar o prazer, a dica é comer devagar deixando o chocolate desmanchar na boca aos poucos. Em geral, isso adia o “ataque” a um outro pedaço de chocolate.
Quem deseja diminuir o consumo excessivo do chocolate deve praticar exercícios físicos e alimentar-se de forma balanceada, consumindo carboidratos, gorduras, proteínas, vitaminas, minerais e fibras, pois desta forma o organismo consegue manter estável os níveis de serotonina e, consequentemente, controlar melhor a “ necessidade” de consumir doces.
Autora: Ana Flávia Pinheiro – Nutricionista – CRN 1004.
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