A creatinina e a ureia são provas de função renal, ou seja, avaliam a função dos rins. São exames solicitados de forma rotineira entre os cardiologistas, principalmente a creatinina. Como o coração e os rins funcionam de forma paralela (o coração bombeia o sangue até os rins, para que este possa filtrá-lo), a análise das provas de função renal é fundamental para os pacientes cardiopatas.
Creatinina
Essa substância não é formada pelo metabolismo corporal, sendo apenas um resultado do metabolismo da creatina que é proveniente dos músculos. Portanto, a creatinina relaciona-se diretamente com a massa muscular. A creatina converte-se em creatinina de forma contínua, sendo que, cerca de 2% da creatina total é convertida em creatinina a cada 24 horas.
A concentração da creatinina no sangue de indivíduos normais é praticamente constante, apresentando uma variação em relação ao sexo e ao volume de massa muscular. Por isso, seus valores costumam ser maiores nos homens e nos atletas do que na mulheres, nas crianças e nos idosos.
Normalmente, sua excreção não é afetada pela dieta. Seus níveis sanguíneos aumentam à medida que ocorre a diminuição da filtração do sangue pelos rins. Por isso, é utilizada como marcador da função renal.
O exame de creatinina exige 4 horas de jejum. Os seus valores de normalidade, para homens e mulheres, é de 0,7 a 1,3mg/dl e 0,6 a 1,2mg/dl, respectivamente. Os idosos, principalmente aqueles com pouca massa muscular, podem apresentar valores normais da creatinina, mesmo com prejuízo da função renal.
A creatinina está aumentada na insuficiência renal (falência aguda e crônica dos rins), doenças musculares (agudas e crônicas), por ação de medicamentos (anti-hipertensivos, antibióticos, ácido acetilsalicílico, entre outros), dietas ricas em carne vermelha, etc. Os valores da creatinina podem estar diminuídos durante a gestação e nas doenças hepáticas (agudas e crônicas).
Ureia
A ureia é um produto da destruição de proteínas. Gerada no fígado, é a principal fonte de excreção do nitrogênio do organismo, sendo que a sua maior parte é excretada pela urina, sendo que pequenas quantidades podem ser excretadas pelo suor e degradadas por bactérias intestinais. Grande parte da ureia filtrada pelos rins é reabsorvida.
No indivíduo saudável, sua concentração varia de acordo com diferentes fatores tais como o conteúdo de proteínas da dieta e a hidratação. Por isso, a ureia é uma marcador de função renal, menos confiável que a creatinina. O exame de ureia exige 4 horas de jejum. Seus valores normais costumam ser de 15 a 45 mg/dl.
Os valores de ureia estão aumentados insuficiência renal (falência aguda e crônica dos rins), dieta rica em proteínas, tumores, infarto do miocárdio, trauma, infecções , uso de corticoesteroides, etc.
Os valores de ureia poderão estar diminuídos em casos de desnutrição, dieta pobre em proteínas, insuficiência hepática, gestação, doença celíaca, etc.
Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.
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