O nó sinusal ou sinoatrial é o marcapasso natural do coração. Neste local inicia-se um impulso elétrico que flui sobre os átrios direito e esquerdo (câmaras cardíacas menores e superiores do coração), fazendo com que estes se contraiam.
O sangue imediatamente será deslocado para os ventrículos (câmaras cardíacas maiores e inferiores do coração). Quando o impulso elétrico chega ao nó atrioventricular (estação intermediária do sistema elétrico), este impulso sofre um ligeiro retardo.
Em seguida, o impulso dissemina-se ao longo do feixe de His, o qual divide-se em ramo direito (direcionado para o ventrículo direito) e esquerdo (direcionado para o ventrículo esquerdo).
Depois o impulso elétrico atinge os ventrículos, fazendo com que estes contraiam-se (sístole ventricular), permitindo a saída de sangue para fora do coração. O ventrículo esquerdo ejeta o sangue para o cérebro, músculos e outros órgãos do corpo humano. O ventrículo direito ejeta o sangue exclusivamente para a circulação do pulmão, para que este sangue seja enriquecido com oxigênio.
Seguindo cada contração cardíaca (sístole ventricular), temos o momento em que o coração relaxa para receber e acomodar o sangue (diastóle ventricular), para depois ejetá-lo novamente. Ao contrário do que se possa imaginar, o processo de relaxamento cardíaco consome uma grande energia. Um coração normal bate cerca de 100 mil vezes por dia.
A alteração de relaxamento do ventrículo esquerdo é um dos 3 graus de disfunção diastólica (disfunção da capacidade de relaxamento do ventrículo esquerdo). Esse termo é empregado em laudos de ecocardiograma, exame que avalia as estruturas e função do coração através de ondas de ultrassom.
Causas
A disfunção diastólica pode ser encontrada em idosos, portadores de hipertensão arterial (costuma ser o primeiro achado do ecocardiograma), doença arterial coronariana (obstrução das artérias do coração por placas de gordura ou ateromas), doenças do músculo cardíaco (cardiomiopatia dilatada, hipertrófica ou restritiva), doenças das válvulas do coração, entre outras doenças. A disfunção diastólica é reversível, ou seja, pode desaparecer com tratamento de sua causa.
Sinais e sintomas
Os sintomas mais comumente observados em portadores de disfunção diastólica são o cansaço e a falta de ar (dispneia). Dependendo da causa da disfunção diastólica do ventrículo esquerdo, outros achados poderão ser observados: elevação da pressão arterial nos casos de hipertensão arterial, detecção de um sopro cardíaco nas doenças das válvulas cardíacas, dor torácica em portadores de doença arterial coronariana, dispneia e inchaço em portadores de cardiomiopatias, etc.
Diagnóstico
Como dissemos, a disfunção diastólica é um achado de ecocardiograma, e apresenta três graus: alteração de relaxamento (disfunção diastólica grau I), padrão de pseudo-normalidade (disfunção diastólica grau II) e padrão restritivo (disfunção diastólica grau III), sendo esse último o mais grave.
De acordo com a suspeita diagnóstica, além do exame clínico, eletrocardiograma (exame que avalia a atividade elétrica do coração em estado de repouso) e ecocardiograma, outros exames poderão ser solicitados: monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA) para o diagnóstico de hipertensão arterial, teste de esforço ou cintilografia de perfusão do miocárdio para o diagnóstico de doença arterial coronariana, e assim por diante.
Tratamento e prognóstico (gravidade)
O tratamento e prognóstico da disfunção diastólica dependerão da sua causa. Como já dissemos antes, a disfunção diastólica do ventrículo esquerdo é reversível.
Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/13700.
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