O infarto do miocárdio, popularmente conhecido como ataque cardíaco, na maioria das vezes é causado pela obstrução de uma artéria do coração por um coágulo sanguíneo (trombo), que se forma a partir de uma placa de gordura (ateroma).
O tratamento de escolha para essa condição é a angioplastia coronariana, procedimento que consiste na desobstrução dessa artéria ocluída através de um cateter provido de um balão em sua extremidade. Esse cateter é introduzido através de uma artéria localizada no punho (chamado acesso radial, que é o de melhor resultado) ou localizada na virilha (acesso femural).
Geralmente neste mesmo local da artéria é implantado uma estrutura metálica na parede do vaso, chamada de stent, com o objetivo de diminuir o risco de obstruções futuras nesse local (reestenose coronariana).
A angioplastia coronariana no paciente que sofreu um infarto do miocárdio poderá ser de quatro modalidades, as quais serão enumeradas a seguir, com as suas respectivas indicações.
Angioplastia primária
É o procedimento que visa desobstruir a artéria que causa o infarto do miocárdio. Nessa situação, como exposto acima, geralmente observamos a presença de um coágulo sanguíneo (trombo) que complica uma placa de gordura. É o que chamamos de “acidente da placa de ateroma”.
O eletrocardiograma deverá exibir uma elevação do segmento ST ou um novo bloqueio de ramo esquerdo. A dor torácica deverá ter iniciado há menos de 12 horas. Em casos selecionados, a angioplastia primária poderá ser realizada após 12 horas após o início dos sintomas. Essa modalidade de angioplastia é a mais comumente utilizada no infarto do miocárdio.
A angioplastia primária deverá ser concretizada em até 90 minutos da chegada do paciente ao hospital (idealmente até 60 minutos). Pacientes que se apresentam em um hospital sem estrutura para realizar a angioplastia primária poderão ser transferidos para outro hospital com retardo menor que 3 horas do início dos sintomas, e uma expectativa de realizar a angioplastia primária em menos de 120 minutos do primeiro contato médico.
Pacientes que apresentam alguma contraindicação para o uso de trombolíticos (medicamentos utilizados para dissolver coágulos, porém menos eficazes que a angioplastia primária) poderão ser transferidos para um centro que disponha de angioplastia primária em até 12 horas do início dos sintomas.
Angioplastia de resgate
São os casos de infarto do miocárdio que inicialmente foram submetidos à infusão de trombolíticos, mas que apresentam evidências clínicas ou eletrocardiográficas de que esta modalidade de reperfusão não foi efetiva em abrir a artéria obstruída.
Todo o paciente tratado inicialmente com um trombolítico, mesmo com sucesso, deverá ser transferido o mais rápido possível para um hospital que disponha de angioplastia coronariana.
Angioplastia facilitada
Em casos selecionados podemos administrar de forma endovenosa um inibidor de GP IIb/IIIa (medicamentos que inibem a agregação das plaquetas no sangue) antes da realização de uma angioplastia primária.
Angioplastia eletiva
São os casos de infarto do miocárdio que foram submetidos a infusão de trombolíticos ou que não foram tratados com nenhuma forma de terapia de reperfusão.
Essa modalidade estará indicada para os pacientes que apresentam evidências de isquemia residual significativa (falta de irrigação em um área importante do músculo cardíaco).
Nesses casos o paciente deverá ser encaminhado para um cateterismo e realização de angioplastia coronariana eletivamente.
Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.
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