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Pequenos aumentos dos batimentos cardíacos ao longo da vida associam-se a um risco maior de morte e complicações cardiovasculares
Cardiologia Preventiva, Destaques

Pequenos aumentos dos batimentos cardíacos ao longo da vida associam-se a um risco maior de morte e complicações cardiovasculares 

Um estudo demonstrou que pequenos aumentos no número dos batimentos cardíacos por minuto (frequência cardíaca), ao longo da vida, mesmo dentro de uma faixa normal, associam-se a um risco maior de morte e complicações cardiovasculares na população em geral. Em estado de repouso considera-se normal 50 até 100 batimentos cardíacos por minuto.
O aumento de cinco batimentos cardíacos por minuto na frequência cardíaca em relação à consulta anterior implicou em um aumento de 12% do risco de mortalidade por todas as causas, 13% para novos casos de insuficiência cardíaca (coração fraco), 9% para novos casos de infarto do miocárdio (ataque cardíaco) e 6% para novos casos de acidente vascular cerebral (derrame cerebral).

Pesquisadores do Brigham and Women’s Hospital (Boston, Estados Unidos) avaliaram dados do eletrocardiograma de 15.680 participantes de um estudo chamado de “Multiethnic Atherosclerosis Risk in Communities (ARIC)” para avaliar a frequência cardíaca em repouso, a frequência cardíaca atualizada no tempo, e as alterações na frequência cardíaca em relação às consultas anteriores.
As mudanças na frequência cardíaca foram calculadas não apenas entre dois pontos, como normalmente é feito, mas ao longo de quatros consultas, com um intervalo médio entre as consultas de 3 anos. Os participantes foram acompanhados ao longo de 28 anos.
Por outro lado, qualquer queda na frequência cardíaca em relação à consulta anterior foi significativamente associada a um menor risco de mortalidade por todas as causas, enquanto que uma queda de mais de 12 batimentos cardíacos por minuto foi significativamente associada ao menor risco de novos casos de insuficiência cardíaca.

Os aumentos da frequência cardíaca ao longo do tempo podem refletir um aumento da atividade simpática e liberação de adrenalina, enquanto a frequência cardíaca mais baixa pode refletir melhora da função cardíaca, aptidão física ou menor tônus simpático, sugerem os autores. Nesse aspecto, a prática regular de exercícios físicos, cessação do tabagismo, perda de peso e a adoção de outros hábitos de vida saudáveis são benéficos.

Devemos enfatizar que nem sempre a redução da frequência cardíaca é algo saudável, pois nesses indivíduos pode haver uma proporção de pacientes que desenvolveram alguma doença do sistema elétrico cardíaco e, em casos extremos, podem necessitar de um implante de marcapasso artificial.
Fonte: JAMA.
Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.

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