O conceito de que os idosos já cumpriram o seu papel ativo na sociedade e merecem descanso pela colaboração de toda uma vida de trabalho e dedicação , é coisa do passado. A perspectiva de uma vida mais útil, prazerosa e produtiva na terceira idade tem representado uma sensível melhora na qualidade de vida de boa parte da população idosa, mesmo que ainda faltem políticas efetivas de atenção especial.A proliferação de grupos sociais organizados para dar maior atenção aos mais velhos, promovendo encontros, estudos, passeios, troca de informações e atividades diversas acrescentam muitos anos de vida interessante, ampliando o respeito ao idoso e a pressão pela defesa de seus direitos intrínsecos.
A expectativa de vida da população brasileira tem alcançado índices cada vez melhores, devido ao desenvolvimento de programas de controle de saúde, maior informação disponível para as pessoas, melhoria da qualidade de vida e uma maior atenção ao idoso, que hoje já representa mais de 10% da população de Campinas. Nos últimos 26 anos, a população com mais de 60 anos aumentou 164%, superando a média registrada em todo o Estado de São Paulo.Esses dados, divulgados pela Fundação Seade, mostra ainda que, em contraponto, a população jovem com menos de 14 anos teve um crescimento de apenas 7,2% desde 1980, representando pouco mais de 21% da população campineira.
Esses indicadores colocam em pauta o traçado de um novo perfil da população campineira, exigindo a adoção de políticas públicas adequadas e a priorização do atendimento ao idoso nos serviços de transportes, lazer, cultura, além de prover acessibilidade conveniente. Por óbvio, a saúde pública ocupa lugar de destaque entre as preocupações e prioridades de atenção. Essa evolução se reflete, ainda, na avaliação da política previdenciária, onde se deve buscar soluções para a administração correta do patrimônio, sem penalizar os idosos pelo que representam no ônus, como se não fossem merecedores dos benefícios auferidos durante anos.
O acometimento de doenças tipificadas para essa faixa etária exige do serviço público a destinação de recursos que façam frente a essa demanda natural. O próprio secretário municipal de Saúde, José Francisco Kerr Saraiva, em reportagem do Correio Popular de 22/6, antecipou as questões de comportamento, de vulnerabilidade, de doenças neurológicas, cardíacas e diabéticas como preceitos a direcionar a administração do sistema municipal de saúde.
Com esse prisma de responsabilidades, que reparte seus efeitos nas várias esferas do comportamento humano, são os próprios idosos que ensinam os caminhos e as lições, com sua experiência e sabedoria. Não é possível deixar a população de idosos na indigência de políticas imediatistas. É preciso saber ouvi-los e respeitá-los como espelho de tudo o que somos ou seremos.
Fonte: Correio Popular – http://www.cpopular.com.br/
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