O infarto do miocárdio ou infarto agudo do miocárdio, popularmente conhecido como ataque cardíaco, é uma emergência médica na qual parte do fluxo sanguíneo do coração sofre uma interrupção súbita e intensa, produzindo a morte das células do músculo cardíaco (necrose miocárdica). O pico de ocorrência do primeiro infarto do miocárdio costuma ser aos 55 anos de idade nos homens e aos 63 anos de idade nas mulheres.
Geralmente a causa desta interrupção do fluxo sanguíneo é o acidente de uma placa de ateroma, ou seja, uma ruptura de uma placa de gordura. Esta ruptura causa a formação de um trombo (coágulo), que interrompe o fluxo sanguíneo neste local da artéria. O infarto do miocárdio é uma das manifestações da doença arterial coronariana, caracterizada pela formação de ateromas na parede das artérias coronárias.
A definição acima corresponde ao tipo mais comum de infarto do miocárdio, chamado de tipo 1. No entanto, existem outros tipos de infarto do miocárdio. Os elementos que permitem o diagnóstico de infarto do miocárdio são a presença de sintomas, alterações de exames (eletrocardiograma, ecocardiograma ou cintilografia de perfusão miocárdica), elevações das enzimas cardíacas (troponinas), demonstração de um coágulo na artéria coronária através de um cateterismo cardíaco ou necrópsia.
Tipos de infarto do miocárdio, segundo a Sociedade Europeia de Cardiologia (2012)
Tipo 1: nesse tipo de infarto do miocárdio, que é o mais comum, ocorre um acidente da placa de ateroma, ou seja, uma ruptura de uma placa de gordura localizada em uma artéria do coração. Esta ruptura acarreta a formação de um trombo (coágulo) que interrompe o fluxo sanguíneo neste local da artéria afetada.
Tipo 2: nesse tipo de infarto do miocárdio há um desequilíbrio entre consumo e oferta de oxigênio para o músculo do coração (miocárdio). Ocorre após cirurgias não cardíacas, anemia profunda, crise tireotóxica (excesso de hormônios circulantes da tireoide, os quais estimulam o coração) ou secundário a baixo débito (queda da pressão arterial, levando a um prejuízo da irrigação sanguínea do miocárdio). Frequentemente nesses casos as artérias do coração são normais.
Tipo 3: é o infarto do miocárdio que cursa com morte súbita, chamado de “infarto fulminante”, no qual o paciente evolui para óbito antes da instituição de qualquer tipo de tratamento.
Tipo 4: são os casos de infarto do miocárdio que ocorrem após uma angioplastia coronariana (4a) ou por trombose do stent (4b). No tipo 4a observamos que após a destruição de uma placa de gordura, durante uma angioplastia coronariana, fragmentos podem obstruir vasos menores localizados distalmente à obstrução tratada. No tipo 4b ocorre a formação de um trombo (coágulo) em torno do stent, uma estrutura metálica geralmente utilizada durante uma angioplastia coronariana.
Tipo 5: é o infarto do miocárdio que ocorre após uma cirurgia de revascularização do miocárdio, popularmente conhecida como cirurgia de ponte de safena.
Nos tipos 4 e 5 de infarto do miocárdio faz-se necessária uma elevação mais acentuada das enzimas cardíacas (troponinas) para a confirmação do seu diagnóstico (acima de 5 ou 10 vezes o percentil 99, respectivamente).
Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.
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