No ano que vem, os brasileiros que sofrem com pressão alta ganharão uma nova opção de terapia. De acordo com o Matthew Weir, pesquisador da Universidade de Maryland, nos EUA, o alisquireno tem como benefàcios principais a facilidade de associação a outras drogas e a proteção contra os danos aos órgãos vitais causados pela doença.
– O alisquireno tem um mecanismo novo para diminuir a pressão sangüànea – explica Weir. – O remédio age inibindo a renina, enzima que cataliza a primeira transformação do hormônio angiotensina, essencial tanto para a regulação da pressão como para a da dilatação dos vasos sangüàneos.
Um estudo em mais de 50 paàses, entre os quais a Argentina e o Brasil, está em curso para avaliar os benefàcios a longo prazo do alisquireno. Weir garante que os pacientes das primeiras análises nos EUA e Canadá não informaram nenhum efeito colateral diferente do observado com o uso de placebos.
Outros medicamentos para hipertensão que agem sobre o sistema renina-angiotensina interferem em fases mais adiantadas da conversão hormonal. Embora eficazes, permitem caminhos de escape e uma redução menor da pressão.
Weir revela que os àndices considerados perigosos para pressão estão baixando, por não existirem mais dúvidas sobre o efeito da doença nos ataques cardàacos, falência dos rins e derrames.
– Quanto mais cedo o tratamento começar, melhor. O paciente ganha em qualidade de vida – completa o gerente médico da Novartis, Abrão Abuhab.
O alisquireno já recebeu aprovação da Food and Drug Administration e está à venda nos EUA. A Novartis, que o comercializa sob o nome Rasilez, espera a liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária para vender no Brasil.
– Nos EUA, um terço da população é hipertensa. O problema também é grande em paàses em desenvolvimento como a Índia e a China. Contribuem para a doença fatores genéticos, estilo de vida sedentário e uma dieta pobre – diz Weir.
De acordo com a Associação Brasileira de Hipertensão, 30 milhões de brasileiros – ou 30% da população adulta – sofrem com a doença. (J.A.R.)
Fonte: Jornal do Brasil
Artigos relacionados
Veja também
Medicamentos para emagrecer são seguros para o coração?
Atualmente temos alguns medicamentos aprovados pela ANVISA para tratar a obesidade no Brasil, como o Orlistat, Sibutramina, Liraglutida e Semaglutida. Orlistat (Lipiblock, Xenical) 1- Atua inibindo a absorção de parte da gordura dos alimentos. 2- Não apresenta efeitos sobre o sistema cardiovascular, logo, pode ser…
Alteração difusa da repolarização ventricular (ADRV)
O termo alteração difusa de repolarização ventricular é utilizado em laudos de eletrocardiograma (ECG) para descrever alterações do segmento ST do ECG, como ausência, achatamento ou inversões assimétricas das ondas T. Alguns médicos podem empregar a abreviatura ADRV. A onda T é um dos elementos…
Benefícios do controle da pressão arterial
O controle adequado da pressão arterial (PA) é uma medida vital para preservar a saúde cardiovascular e evitar complicações sérias. Primeiramente, manter a PA dentro dos limites normais reduz significativamente o risco de doenças cardiovasculares, incluindo acidentes vasculares cerebrais (AVCs) e ataques cardíacos. Quando a…
Você sabe o que é a miocardiopatia não compactada?
A miocardiopatia não compactada (MNC), também conhecida como miocárdio não compactado, é uma condição rara do músculo cardíaco que afeta a estrutura do ventrículo esquerdo (VE). O VE é a principal das quatro câmaras do coração. Ela bombeia o sangue oxigenado em direção ao cérebro…