A hipertensão arterial, conhecida popularmente como hipertensão arterial, é uma doença de origem multifatorial, ou seja, que apresenta várias causas, geralmente assintomática, caracterizada pela elevação dos níveis da pressão arterial.
Sua presença aumenta o risco do desenvolvimento de complicações cardiovasculares, como o acidente vascular cerebral (derrame cerebral), infarto do miocárdio (ataque cardíaco), angina do peito, insuficiência cardíaca, doenças da aorta (aneurismas e outras), retinopatia (doença da retina) e a insuficiência renal (falência dos rins).
A hipertensão arterial é o mais importante fator de risco cardiovascular e, também, para o desenvolvimento da aterosclerose (aparecimento de placas de gordura na parede das diversas artérias do organismo, sendo a principal causa infarto do miocárdio).
A associação da hipertensão arterial com outros fatores de risco cardiovascular, como a obesidade abdominal, glicemia elevada ou diabete melito e as dislipidemias (anormalidades do colesterol e suas frações) é um achado frequente, denotando um mecanismo comum entre estas doenças. Esta associação de fatores de risco cardiovascular é a característica principal da síndrome metabólica.
A hipertensão arterial é uma doença que pode iniciar desde a infância e acomete cerca de 25 a 30% dos adultos (pessoas entre 18 a 60 anos de idade). Entre os idosos (pessoas com 60 anos de idade ou mais), uma população crescente em nosso país, estas cifras são ainda mais expressivas, ultrapassando valores de 60%.
Causas
A hipertensão arterial pode ser primária (origem multifatorial, sem uma causa específica) ou secundária (apresenta uma causa específica).
– Hipertensão arterial primária:
Essa condição não apresenta uma causa aparente, correspondendo a grande maioria dos casos (mais de 90%). A hipertensão arterial primária é uma doença multifatorial, pois diversos aspectos contribuem para o seu aparecimento: idade, sexo (os homens geralmente iniciam o quadro de hipertensão arterial antes dos 50 anos e as mulheres após os 50 anos), excesso de peso, raça (afrodescendentes sofrem mais de hipertensão arterial), sedentarismo, fatores sócio-econômicos (pessoas de nível social mais baixo são mais propensas ao desenvolvimento da hipertensão arterial), ingestão excessiva de sal e álcool, história familiar (genética), entre outros fatores.
A presença de hipertensão arterial primária, obesidade abdominal, resistência à ação da insulina (hormônio que permite a entrada do açúcar para dentro das células), elevação dos níveis de glicemia (açúcar no sangue ) e dos triglicerídeos, associados com baixos níveis de HDL-colesterol (“colesterol bom”), são os componentes da síndrome metabólica.
– Hipertensão arterial secundária:
São os casos que apresentam uma causa aparente, correspondendo a minoria dos hipertensos (menos de 10% ). São causas de hipertensão arterial secundária: doenças renais, doenças das artérias renais (comprometimento por aterosclerose ou displasia fibromuscular), doenças da supra-renal (que acarretam um excesso na produção do hormônio aldosterona, o qual retém sódio e água) , síndrome de Cushing (excesso na produção de cortisol pelo organismo), feocromocitoma (tumor que produz catecolaminas, substâncias que elevam o batimento cardíaco e a pressão arterial), coarctação da aorta (estreitamento congênito da artéria aorta), doenças da tireoide (hipo ou hipertireoidismo), ação de medicamentos (aintiinflamatórios, corticoesteroides, descongestionantes nasais, inibidores de apetite, modafinil, anticoncepcionais, terapia de reposição hormonal e certos antidepressivos), ingestão excessiva de álcool, uso de drogas ilícitas (como cocaína e seus derivados), síndrome da apneia do sono (roncos e paradas respiratórias noturnas, associadas a fadiga e sonolência diurna ), entre outras.
Sinais e sintomas
A hipertensão arterial não costuma causar sintomas, por isso, é conhecida como a “matadora silenciosa”. Sintomas com dor de cabeça, mal estar, tonturas e sangramento nasal não apresentam correlação com níveis elevados da pressão arterial. Muitas vezes o diagnóstico de hipertensão arterial é realizado apenas na vigência de complicações da doença.
Pacientes com pressão arterial muito elevada (superior a 210 / 120 mmHg) poderão apresentar sintomas ou naqueles casos de elevação muito rápida de pressão arterial poderão desenvolver sintomas.
Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.
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