A hipertensão arterial é o principal fator de risco evitável de morte em mulheres. Um estudo teve como objetivo estimar a incidência de hipertensão arterial e a sua associação com os hábitos de vida em mulheres.
Um total de 83.882 mulheres participantes do Nurses Health Study, sem diagnóstico prévio de hipertensão arterial ou doença cardiovascular, com idades de 27 até 44 anos, foram acompanhadas clinicamente por um período de 14 anos.
Seis fatores de proteção para a hipertensão arterial, inerentes ao estilo de vida, foram avaliados neste grupo de mulheres: peso ideal (índice de massa corporal ou IMC, inferior a 25 kg/m2), prática regular de exercícios físicos, adesão à dieta do tipo DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension), ingestão moderada de bebidas alcoólicas, utilização de analgésicos menos de uma vez por semana e ingestão de pelo menos 400 mg ao dia de suplementos com ácido fólico.
Os pesquisadores analisaram a associação entre estes seis fatores de proteção e o risco de desenvolver hipertensão arterial.
Um total de 12.319 novos casos de hipertensão arterial foram observados ao longo dos 14 anos. Todos os 6 fatores de proteção modificáveis foram independentemente associados com um risco menor de desenvolvimento de hipertensão arterial.
Para as mulheres que tinham todos os seis fatores de proteção (apenas 0,3% da população estudada), o risco relativo de hipertensão arterial era 78% menor. Mulheres que apresentavam 5 fatores de proteção apresentavam um risco relativo 58% menor.
O índice de massa corporal normal foi isoladamente o mais importante fator de proteção contra o desenvolvimento da doença.
Os autores do estudo concluíram que a presença de fatores protetores, relacionados ao estilo de vida, exercem uma grande influência no risco de desenvolvimento de hipertensão arterial ao longo da vida.A adesão aos fatores de proteção mencionados acima deve ser estimulada em mulheres jovens.
Fonte: JAMA.
Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.
Artigos relacionados
Veja também
Medicamentos para emagrecer são seguros para o coração?
Atualmente temos alguns medicamentos aprovados pela ANVISA para tratar a obesidade no Brasil, como o Orlistat, Sibutramina, Liraglutida e Semaglutida. Orlistat (Lipiblock, Xenical) 1- Atua inibindo a absorção de parte da gordura dos alimentos. 2- Não apresenta efeitos sobre o sistema cardiovascular, logo, pode ser…
Alteração difusa da repolarização ventricular (ADRV)
O termo alteração difusa de repolarização ventricular é utilizado em laudos de eletrocardiograma (ECG) para descrever alterações do segmento ST do ECG, como ausência, achatamento ou inversões assimétricas das ondas T. Alguns médicos podem empregar a abreviatura ADRV. A onda T é um dos elementos…
Benefícios do controle da pressão arterial
O controle adequado da pressão arterial (PA) é uma medida vital para preservar a saúde cardiovascular e evitar complicações sérias. Primeiramente, manter a PA dentro dos limites normais reduz significativamente o risco de doenças cardiovasculares, incluindo acidentes vasculares cerebrais (AVCs) e ataques cardíacos. Quando a…
Você sabe o que é a miocardiopatia não compactada?
A miocardiopatia não compactada (MNC), também conhecida como miocárdio não compactado, é uma condição rara do músculo cardíaco que afeta a estrutura do ventrículo esquerdo (VE). O VE é a principal das quatro câmaras do coração. Ela bombeia o sangue oxigenado em direção ao cérebro…