Dados dos Estados Unidos apontam que homens negros têm a maior taxa de morte relacionada à hipertensão arterial, conhecida popularmente como pressão alta, quando comparados com qualquer outro grupo racial.
Homens negros têm uma menor adesão à consultas médicas do que as mulheres negras, menores taxas de tratamento e um pior controle da hipertensão arterial.
A hipertensão arterial é um importante fator de risco para doenças, como o acidente vascular cerebral (derrame cerebral), infarto do miocárdio (ataque cardíaco), insuficiência cardíaca (coração fraco), insuficiência renal (falência dos rins), entre outras.
Os pesquisadores norte-americanos avaliaram 319 homens negros com pressão arterial sistólica (pressão arterial máxima) de 140 mm Hg ou mais que frequentavam 52 barbearias. Nessas barbearias uma parte dos pacientes hipertensos recebeu orientações sobre o uso de medicamentos fornecidas por farmacêuticos após orientação médica (grupo intervenção), e a outra parte recebeu apenas incentivo sobre mudanças nos hábitos de vida e encorajamento para realizar consultas médicas (grupo controle).
O desfecho primário do estudo foi a redução da pressão arterial sistólica após 6 meses do início do estudo. Após 6 meses, a pressão arterial sistólica média caiu 27 mmHg (152 mmHg para 125 mmHg) no grupo de intervenção e apenas 9 mmHg (154 mmHg para 145 mmHg) no grupo controle.
Os autores concluíram que novas estratégias podem ser úteis para aumentar as taxas de adesão e tratamento do controle da pressão arterial.
Comentário do autor:
O estudo ELSA-Brasil mostrou uma prevalências de hipertensão arterial em adultos no nosso país de 30,3% em brancos, 38,2% em pardos e 49,3% em negros.
Uma revisão de estudos brasileiros mostrou que as taxas de conhecimento sobre a doença (hipertensão arterial) variou de 22% a 77%, tratamento de 11,4% a 77,5%, e controle de 10,1% a 35,5%, dependendo da população estudada.
Fonte: The New England Journal of Medicine.
Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.
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