As duas principais gorduras ou lípides presentes no sangue são o colesterol e os triglicerídeos. As gorduras ligam-se a determinadas proteínas para deslocarem-se no sangue, formando as lipoproteínas. O lipidograma é a dosagem do colesterol total e suas frações.
Este exame poderá ser feito após jejum de 12 horas ou sem jejum. A diferença é o valor de referência dos triglicerídeos, o qual é um pouco maior quando a coleta é feita sem jejum (175 mg/dl ao invés de 150 mg/dl). Recomenda-se manter o estado metabólico
estável e a dieta habitual.
As principais lipoproteínas são os quilomícrons, as lipoproteínas de densidade muito baixa (very low density lipoprotein ou VLDL-colesterol ), as lipoproteínas de baixa densidade (low density lipoprotein ou LDL-colesterol , chamado de “colesterol ruim”) e as lipoproteínas de alta densidade (high density lipoprotein ou HDL-colesterol, chamado de “colesterol bom”).
O colesterol não HDL representa a fração do colesterol nas lipoproteínas, exceto a HDL, e é estimado subtraindo-se o valor do HDL-colesterol do CT.
– Colesterol não HDL= CT – HDL-colesterol.
A utilização do colesterol não HDL tem a finalidade de estimar a quantidade de lipoproteínas aterogênicas circulantes no plasma, especialmente em indivíduos com triglicerídeos elevados.
O colesterol total e as suas frações podem ser agrupados através da fórmula de Friedewald. Esta fórmula, descrita em 1972, apresenta limitações em sua utilização: é válida apenas para valores de triglicerídeos abaixo de 400mg/dl, e tende a subestimar os valores do LDL-colesterol à medida que os níveis de triglicerídeos se elevam. Veja a fórmula abaixo:
– Colesterol total (CT) = LDL-colesterol + (triglicerídeos dividido por 5 + HDL-colesterol).
Valores de referência do colesterol total e as suas frações
Os valores de referência dependem do risco cardiovascular de cada paciente e se o sangue foi colhido em jejum ou não. Normalizar o nível do LDL-colesterol é o objetivo primário do tratamento das dislipidemias.
-Pacientes de muito alto risco: CT <190 mg/dl, triglicerídeos <175 mg/dl (sem jejum na coleta) ou <150 mg/dl (com jejum de 12 horas na coleta), LDL-colesterol <50 mg/dl, HDL-colesterol >40 mg/dl, colesterol não HDL <80 mg/dl.
-Pacientes de alto risco: CT <190 mg/dl, triglicerídeos <175 mg/dl (sem jejum na coleta) ou <150 mg/dl (com jejum de 12 horas na coleta), LDL-colesterol <70 mg/dl, HDL-colesterol >40 mg/dl, colesterol não HDL <100 mg/dl.
-Pacientes de risco intermediário: CT <190 mg/dl, triglicerídeos <175 mg/dl (sem jejum na coleta) ou <150 mg/dl (com jejum de 12 horas na coleta), LDL-colesterol <100 mg/dl, HDL-colesterol >40 mg/dl, colesterol não HDL <130 mg/dl.
-Pacientes de baixo risco: CT <190 mg/dl, triglicerídeos <175 mg/dl (sem jejum na coleta) ou <150 mg/dl (com jejum de 12 horas na coleta), LDL-colesterol <130 mg/dl, HDL-colesterol >40 mg/dl, colesterol não HDL <160 mg/dl.
Como avaliar o risco de cada paciente?
Existe uma calculadora do departamento de aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia que permite aos médicos avaliar o perfil de risco de cada paciente e, consequentemente, os níveis ideais de LDL-colesterol e colesterol não HDL.
Valores de referência em diabéticos
Pacientes diabéticos pode seu enquadrados nos valores listados nas categorias de muito alto risco, alto risco ou risco intermediário. Os valores de referência são os mesmos mencionados acima, e são definidos pela calculadora referida acima.
Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.
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