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Você é portador de histórico familiar de doença coronariana prematura? Tem certeza?
Cardiologia Preventiva

Você é portador de histórico familiar de doença coronariana prematura? Tem certeza? 

A doença arterial coronariana caracteriza-se pela presença de placas de gordura, chamadas de ateromas, que obstruem as artérias do coração (aterosclerose coronariana), sendo a principal causa do infarto do miocárdio, angina do peito e morte súbita.
A aterosclerose coronariana apresenta vários fatores de risco modificáveis, como  tabagismo, anormalidades do colesterol, hipertensão arterial, diabete melito, obesidade, sedentarismo e estresse psicossocial. Uma dieta rica em frutas, verduras e legumes, além da prática regular de exercícios físicos e ingestão regular e moderada de bebidas alcoólicas, são considerados fatores de proteção.
Devemos enfatizar que estudo INTERHEART demonstrou que 90% do risco de um infarto do miocárdio, conhecido como ataque cardíaco, pode ser atribuído a fatores de risco modificáveis, como os mencionados acima. Nesse estudo, o pico de ocorrência do primeiro infarto do miocárdio nos homens foi em torno dos 55 anos, e nas mulheres aos 63 anos. O estudo INTERHEART avaliou os fatores de risco para o infarto do miocárdio em 52 países de 5 continentes.
Você é portador de história familiar de doença arterial coronariana prematura?
Muitos pacientes nos procuram no consultório com o objetivo de realizar um check-up cardiológico são motivados por um histórico familiar de doença cardíaca, no entanto, muitas das doenças cardiológicas que motivaram a morte de seus parentes não apresentam um aspecto genético preponderante, ou ainda, tratando-se da doença arterial coronariana, seu antecedentes familiares não caracterizam um história familiar positiva de doença arterial coronariana prematura.
História familiar de doença arterial coronariana prematura
As principais diretrizes médicas, nacionais e internacionais, definem história familiar de doença arterial coronariana prematura como a presença de eventos coronários em parentes de primeiro grau (pai, mãe ou irmãos) antes dos 55 anos de idade para homens ou 60 anos para mulheres.
Exemplos que caracterizam história familiar de doença arterial coronariana prematura
-Meu pai teve angina do peito e foi submetido à angioplastia coronariana aos 52 anos de idade.
-Minha mãe teve infarto do miocárdio e foi submetida à cirurgia de revascularização miocárdica aos 59 anos.
-Meu irmão mais velho teve infarto do miocárdio e morreu 24 horas após chegar à unidade coronariana aos 48 anos de idade.
Esses parâmetros de parentesco e idade parecem um tanto arbitrários, no entanto, são adotados pelas diretrizes médicas atuais. Quando há vários casos de doença arterial coronariana numa mesma família, mesmo que não sigam exatamente esses parâmetros (por exemplo, em tios e não nos pais), esse achado também deverá ser valorizado.
Fatores de risco e outras doenças cardíaca podem apresentar um caráter genético
Certos fatores de risco para a doença arterial coronariana, como hipertensão arterial, diabete melito, obesidade e anormalidades do colesterol, apresentam grande influência genética.
A hipercolesterolemia familiar, uma forma genética de anormalidade do colesterol, em seu tipo mais comum (heterozigótica), afeta uma em cada 500 pessoas.
Outras doenças, que não a doença arterial coronariana, apresentam influência genética, como:
-Cardiomiopatia hipertrófica: doença do músculo cardíaco que pode causar morte súbita. A chance de um portador da doença transmiti-la para um de seus filhos é de 50%. Já existem exames genéticos que ajudam no diagnóstico da doença.
-Cardiopatia hipertensiva, febre reumática (moléstia reumática), cardiomiopatia dilatada familiar, cardiopatias congênitas (como a comunicação interatrial, por exemplo), entre muitas outras, também sofrem influência genética.
Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.

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