A hipertensão arterial, conhecida como “pressão alta”, é uma doença de origem multifatorial (apresenta várias causas), geralmente assintomática, e que caracteriza-se pela elevação persistente dos níveis da pressão arterial.
Sua presença aumenta o risco do desenvolvimento de complicações cardiovasculares, como o acidente vascular cerebral (derrame cerebral), infarto do miocárdio (ataque cardíaco), insuficiência cardíaca (coração fraco), doenças da aorta (aneurismas e outras), retinopatia (comprometimento da retina dos olhos) e insuficiência renal (falência dos risn).
A hipertensão arterial é o mais importante fator de risco cardiovascular, contribuindo diretamente para o desenvolvimento da aterosclerose (desenvolvimento de placas de gordura, chamadas de ateromas, na parede das diversas artérias do organismo).
É uma doença que não costuma causar sintomas, por isso, é conhecida como a “matadora silenciosa”. Sintomas como dor de cabeça, mal estar, tonturas e sangramento nasal não apresentam uma boa correlação com níveis elevados da pressão arterial.
Não é incomum que o diagnóstico de hipertensão arterial seja realizado apenas na vigência das complicações cardiovasculares mencionadas acima. Exames que correlacionam os níveis de pressão arterial do paciente com os seus sintomas, como a monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA) demonstram que não há uma relação significativa entre o sintoma de dor de cabeça (cefaleia) e níveis elevados da pressão arterial. Por outro lado, estudos populacionais têm demonstrado que há uma prevalência menor de crises de enxaqueca entre hipertensos, quando comparados aos normotensos.
O fato é que a melhor forma de diagnosticar precocemente a hipertensão arterial é através de medidas da pressão arterial realizadas no consultório médico e, na maioria dos casos, confirmadas posteriormente através da MAPA.
Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.
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