O infarto do miocárdio, popularmente conhecido como “ataque cardíaco”, é uma emergência médica na qual parte do fluxo sanguíneo do coração sofre uma interrupção súbita e intensa, produzindo a morte das células do músculo cardíaco (necrose miocárdica). O pico de ocorrência do primeiro infarto do miocárdio costuma ser aos 55 anos de idade nos homens e aos 63 anos de idade nas mulheres.
Geralmente a causa desta interrupção do fluxo sanguíneo é o acidente de uma placa de ateroma, ou seja, uma ruptura de uma placa de gordura. Esta ruptura causa a formação de um trombo (coágulo), que interrompe o fluxo sanguíneo neste local da artéria. O infarto do miocárdio é uma das manifestações da doença arterial coronariana.
Essa descrição acima é do infarto do miocárdio mais comum (tipo 1). Existem outros mecanismos que podem causar a doença.
Estima-se que 6 em cada 100 mil partos complicam com infarto do miocárdio. Apesar de incomum, o infarto do miocárdio na gestação poderá ser grave, com um risco de morte materna de até 7%.
O número de mulheres grávidas com mais de 40 anos têm aumentado, consequentemente, mais comumente essas mulheres são portadoras de pressão alta, colesterol elevado e diabetes, conhecidos fatores de risco para a doença arterial coronariana, a principal causa de infarto do miocárdio em gestantes (até 40% dos casos).
Alguns aspectos observados durante a gestação podem contribuir para o agravamento da doença arterial coronariana: excesso de líquidos circulantes nos vasos, sobrecarregando o coração; anemia fisiológica (diminuição da taxa de glóbulos vermelhos), que piora a irrigação sanguínea, feita a partir das artérias do coração (coronárias); aumento do risco de trombose; e alterações hormonais, que afetam a integridade das artérias coronárias.
Além da doença arterial coronariana, o infarto do miocárdio poderá ocorrer nos estados de hipercoagulabilidade, ou seja, situações que aumentam o risco de formação de trombos (coágulos) nas artérias do coração.
Outras causas incluem a doença hipertensiva da gravidez (pré-eclâmpsia e eclâmpsia), anemia falciforme, espasmo das artérias coronárias, transfusões sanguíneas, infecções e dissecção espontânea da artéria coronária. Essa última doença é mais comum em mulheres que tiveram vários filhos.
Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.
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