Muitos pacientes cardiopatas têm marcapassos e desfibriladores para tratar suas doenças. Sabemos que esses dispositivos eletrônicos podem ser afetados por campos eletromagnéticos.
Pesquisadores avaliaram se os campos eletromagnéticos produzidos por carros elétricos e seus cabos de carregamento poderiam interferir em dispositivos eletrônicos cardíacos.
O objetivo principal do estudo foi descobrir se andar ou estar perto de um carro elétrico poderia interferir no funcionamento dos dispositivos eletrônicos de 108 pacientes.
Os pesquisadores estudaram quatro tipos de carros elétricos mais comuns no mercado da Europa. Eles pediram aos pacientes portadores dispositivos eletrônicos para se sentarem em um dos carros ou carregar a bateria do carro usando os cabos de carregamento desses veículos.
O campo magnético dentro e ao lado dos carros enquanto eram dirigidos ou estavam sendo carregados, foram avaliados. Os pesquisadores também monitoraram se havia alguma interferência nos dispositivos eletrônicos dos pacientes.
A intensidade do campo magnético foi mais alta ao lado do cabo durante o carregamento do carro. Não observaram diferença do campo magnético entre os assentos dianteiros e traseiros do carro.
Os autores do estudo concluíram que, mesmo na maior intensidade do campo magnético, não houve evidência de interferência no dispositivos eletrônicos dos pacientes.
Por ser um estudo pequeno, os pesquisadores podem não ter detectado problemas raros, por isso, não é possível estabelecer definitivamente que os carros elétricos são seguros para pacientes cardíacos portadores de dispositivos eletrônicos.
Com base nos Registros Nacionais de Veículos Automotores, houve um aumento de 58,9% na venda de carros elétricos e híbridos no Brasil quando comparados o primeiro trimestre de 2018 com o primeiro trimestre de 2017. No primeiro trimestre de 2018 foram vendidos cerca de 900 veículos.
Fonte: Annals of Internal Medicine.
Autor: Dr. Tufi Dippe Jr – Cardiologista de Curitiba – CRM/PR 13700.
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