Devido a erros alimentares e ao sedentarismo crescente em nossos dias, o diabete melito do tipo 2 tem se tornado uma epidemia mundial, trazendo consigo aumento na ocorrência de complicações microvasculares (comprometimento dos nervos, rins e a retina dos olhos) e macrovasculares (desenvolvimento da aterosclerose, a principal causa do infarto do miocárdio e derrame cerebral).
Dentre alguns estudos avaliando prevenção do diabete melito, o DREAM (Diabetes Reduction Assesment with Ramipril and Rosiglitazone Medication) mostrou que, em comparação ao placebo (comprimido sem efeito terapêutico) a rosiglitazona possibilitou redução de 60% de evolução de intolerância à glicose (pré-diabete) até diabete melito do tipo 2.
Apesar de novas opções de tratamento terem surgido na última década (novos medicamentos orais e novas insulinas), essas complicações associadas à doença não têm diminuído como o esperado. Apesar de passível de prevenção, em muitos pacientes, o aparecimento dessas complicações crônicas é, atualmente, quase inevitável.
Logo, a prevenção do desenvolvimento do diabete melito do tipo 2 naqueles pacientes de alto risco se torna a medida mais importante. Quanto maior o risco de evoluir para diabete, maior será o benefício de uma medida preventiva.
Sendo assim, aqueles pacientes com intolerância à glicose (glicemia de jejum entre 100 e 125 mg/dl e/ou glicemia de 2 horas no teste de tolerância à glicose entre 140 e 199 mg/dl) seriam os indivíduos com maior potencial de benefício. São esses pacientes que, atualmente, são alvo dos estudos clínicos de prevenção de diabetes tipo 2. No estudo DPP (Diabetes Prevention Program), avaliando o grupo controle formado por pacientes com intolerância à glicose, observou-se um risco de 11% ao ano para desenvolver diabete melito do tipo 2.
Pacientes que tiveram diabetes gestacional previamente, com ou sem intolerância à glicose atual, também apresentam risco elevado para diabete e podem se beneficiar de uma medida preventiva.
Fonte: Projeto Diretrizes – CFM e AMB.
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